quinta-feira, 10 de junho de 2010

DIA DE PORTUGAL 2010


António Barreto afirmou que "Portugal não trata bem os seus antigos combatentes, sobreviventes, feridos ou mortos", referindo que em termos gerais o "esquecimento" e a "indiferença" são superiores, sobretudo "por omissão do Estado".
Barreto reitera as críticas ao povo português que é "parco em respeito pelos seus mortos" e acusa o Estado de ser pouco "explícito no cumprimento desse dever", avisando que está na altura de "eliminar as diferenças entre bons e maus soldados, entre veteranos de nome e veteranos anónimos, entre recordados e esquecidos".
Um antigo combatente não pode ser tratado de "colonialista", "fascista" ou "revolucionário", mas simplesmente "soldado português", pediu o presidente da Comissão das Comemorações do Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades.
O dia 10 de Junho de 2010 fica marcado por ser a primeira vez que os antigos combatentes desfilaram na cerimónia militar oficial do Dia de Portugal.
"Está aberta a via para a eliminação de uma divisão absurda entre portugueses. Com efeito é a primeira vez que, sem distinções políticas, se realiza esta homenagem de Portugal aos seus veteranos", declarou António Barreto.

quarta-feira, 19 de maio de 2010

REDES SOCIAIS






As redes sociais na Internet deixaram de ser apenas um espaço para encontrar amigos perdidos no tempo.
Hoje são utilizadas para inúmeros fins, abraçando um sem número de opcões, aliás algumas delas extremamente úteis, outras ao invés são o reverso da medalha.
Esta minha introdução tem como objectivo, solicitar aos visitantes do blogue, uma "escapadela" até ao Facebook, e entrar na página da Onzima, lá terão a oportunidade de poderem intervir e opinar, sobre a temática da guerra colonial, período esse que ficará indelével na história de Portugal.

quinta-feira, 13 de maio de 2010

SANZALAS






















A sanzala é o habitat característico da gente africana que vive no mato. É constituída por um grupo de cubatas, habitações pequenas, com um ou dois compartimentos apenas. Há cubatas feitas só de capim seco, cuidadosamente disposto e atado sobre uma armação de paus finos,outras de barro amassado, atirado à mão sobre paredes de pequenas pedras, seguras por varas entrelaçadas, algumas de adobes, numa construção mais adiantada, que são blocos secos feitos de barro misturado com capim. Vêem-se sanzalas com tectos de telha, mas, na maior parte, as cubatas são cobertas de capim e folhas de palmeira, numa disposição adequada e não há água que por aí penetre.
Nas periferias do Songo, existiam várias dispersas pelos caminhos que davam acesso ao Quivuenga e a Carmona, sendo a maior, a que se situava à sua entrada, e que tinha sido baptizada com o nome de Zolomongo.

quarta-feira, 28 de abril de 2010

CONTRASTES



Era para não divulgar o comentário, enviado anonimamente para o blogue, por um pseudo moralista de baixo nível, mas devo dá-lo a conhecer, a todos aqueles, que como eu, não se acobardaram e partiram ao encontro do incerto.
Dos cobardes não reza a história e ela constrói-se com o sacrifício e entrega por causas ou deveres. Aqueles que para encobrir a cobardia, se refugiam em meras palavras de escárnio e maldizer, são uns nado-mortos....

Anónimo deixou um novo comentário na sua mensagem ""MAÇARICO"":

Tinham bom remédio: Faziam o que muitos fizeram... Desertavam. Mas para isso era preciso ter "tomates"... Estes sites e blogues saudosistas de uma guerra estúpida metem-me nojo. Por muito de "esquerda" se queiram agora disfarçar...




Publicada por Anónimo em ONZIMA-COMP.CAÇADORES 3411 a 28 de Abril de 2010 17:56


domingo, 25 de abril de 2010

25 ABRIL DE 2010



Eu vi Abril por fora e Abril por dentro
vi o Abril que foi e Abril de agora
eu vi Abril em festa e Abril lamento
Abril como quem ri como quem chora.
Eu vi chorar Abril e Abril partir
vi o Abril de sim e Abril de não
Abril que já não é Abril por vir
e como tudo o mais contradição.
Vi o Abril que ganha e Abril que perde
Abril que foi Abril e o que não foi
eu vi Abril de ser e de não ser.
Abril de Abril vestido (Abril tão verde)
Abril de Abril despido (Abril que dói)
Abril já feito. E ainda por fazer.
Poema de Manuel Alegre

sexta-feira, 9 de abril de 2010

"MAÇARICO"



                   Ó maçarico,
                        Tua alma chora
                        Olha a velhice
                                 Que se vai embora!


Fui "maçarico" e a minha alma chorou.....
O contraste entre os "maçaricos" e os "velhinhos", foi de todo evidente, aquando da nossa "entrada" na vila do Songo. Ainda imberbes e já lançados para a "fogueira", agarrávamos a G3, com as mãos trémulas e com o medo reflectido nos nossos olhos.
A visão fantasmagórica de "almas do outro mundo", com os camuflados rasgados em vários sentidos,contrastando com as fartas cabeleiras e as rajadas de metralhadoras disparando em direcção ao céu,massacrou-nos interiomente.
Hoje, passados alguns anos, revejo essas imagens com alguma saudade.... era um jovem aventureiro em terras de África!

segunda-feira, 22 de março de 2010

PAZ



O cheiro á terra quente e a sua côr avermelhada, transporta-me para Angola, terra originária do duo Ouro Negro.
Duo musical, que através do seu talento,tentou despertar consciências para o caminho da paz.
Esta canção, traduz a força e a vontade daqueles que pretenderam que a concórdia entre os povos fosse uma realidade em Angola.



quinta-feira, 4 de março de 2010

VIÚVAS DA GUERRA


                                 
                              

Estiveram em alerta permanente, tendo o coração numa ânsia constante.
Lá longe estava a "outra" metade, e por ela, sofriam em silêncio, procurando um dia, recuperar o tempo perdido na espera, que por vezes não tinha retorno.
Algumas ficaram no negro, tanto no vestir como no coração.
Em homenagem a todas essas mulheres, do meu País, aqui fica esta canção, escrita , musicada e interpretada por Pedro Barroso.

sábado, 6 de fevereiro de 2010

GAFANHOTOS





Durante os vinte e sete meses de permanência no Songo, tive o "privilégio" de assistir a duas pragas de nuvens de gafanhotos, sendo assolado por sensações muito díspares! A primeira de espanto, pela enormidade dos viajantes que esvoaçavam em direcções diversas, a maioria chocando contra os postes de iluminação e caindo no chão, onde os esperavam os nativos, guarnecidos de latas de conserva, óbviamente vazias, mas que gradualmente se iam enchendo com os gafanhotos de côr esverdeada.
A segunda sensação foi de repulsa, por aquilo que presenciei! Fiquei posteriormente a saber, que os gafanhotos eram para eles um manjar dos Deuses!!!

sábado, 16 de janeiro de 2010

EX-COMBATENTES





Foram milhares, os que sofreram na pele as incidências da guerra... o deflagrar de uma mina ou o impacto traiçoeiro de uma bala.Um deles foi Manuel Patuleia Mendes. O seu nome foi transportado para além da guerra, como grande activista na luta pelos direitos e pelo preservar das memórias dos ex-combatentes. Fica aqui retratada,nesta pequena reportagem emitida pela RTP1, a "voz" que se tem levantado em defesa de todos "nós"!

domingo, 10 de janeiro de 2010

O " CORREIO" EM OLIVEIRA DE FRADES




Por feliz coincidência, e sem termos acertado as coordenadas do azimute, encontrei em Oliveira de Frades, minha terra natal, o "correio", atributo que foi acrescentado á pessoa do Aurélio Morais de Sousa, visto ser ele que nos trazia, de Carmona, as notícias do "puto".
Como seria normal, desejámos um bom ano para todos, fazendo votos para que o almoço da ONZIMA se realize este ano, não deixando as recordações da nossa guerra, esvaírem-se no tempo.

segunda-feira, 7 de dezembro de 2009

QUIVUENGA "CITY"


Local situado no sopé da Serra da Mucaba, estava a uma distância do Songo de +/- 45 kms,distância essa que era percorrida através de uma picada.
Era considerado um local para "armazenar" ,durante algum tempo, um destacamento da companhia, que era revezado na rendição do pessoal, conforme a "vontade" do nosso Capitão, o já falecido Pinto Morais. Pelas suas parcas condições de habitalidade,
quando éramos obrigados a render os camaradas que lá se encontravam,sabíamos que íamos sofrer as "passas do Algarve". No entanto a missão esperava por nós, e como tal, avançávamos "sem medos".
...Também por lá passei algum do meu tempo de guerra.

sábado, 28 de novembro de 2009

CACIMBO/CACIMBADOS



Cacimbo é o nome dado em Angola à estação "seca" (sem chuvas) que decorre de Maio a Agosto. É chamada de estação seca por oposição à estação das chuvas, de Setembro a Abril, mas de facto é bastante húmida. Nesse período ocorre com frequência uma névoa intensa, que dá o nome à estação.
O termo 'cacimbado' era, para os militares, a forma simpática de dizer que o indivíduo estava mesmo 'marado da tola' ou de forma mais clara e entendível, que estava a ficar doido pela pressão do dia a dia, alguns desses camaradas, estiveram integrados na Onzima.

OUTRORA

01 de Março de 2008 A construção do blogue da Onzima, teve como intenção dar a conhecer a nossa vivência por terras de Angola. Dei a conh...