terça-feira, 5 de dezembro de 2023

O ÚLTIMO "COMBATE" FINAL

 




Em 1996 passados 23 anos do nosso regresso a Portugal(1973) encetei juntamente com o Beja na organização dos almoços convívio da C.Caç. 3411(Onzima) foi um percurso por vezes difícil mas nunca nos faltou a vontade de congregar o máximo possível de camaradas/companheiros que diariamente conviveram durante 27 meses e que juntos suprimos muitos momentos maus e cheios de incertezas.

Durante 27 anos realizámos estes encontros (1996/2023) tendo eu realizado os últimos encontros, viajámos de Norte a Sul na procura do melhor local para podermos desfrutar de um são convívio e exorcizar velhas recordações da guerra.

Sentimos que nesses encontros reencontramos outra vez os 20 anos e nessa altura nada nos fazia parar, o dia seguinte era sempre o mais importante, era o sinal de que estávamos vivos.

Este encontro em Águeda (28-10-1923) foi o meu adeus a um percurso que me trouxe vários momentos de puro entrelaçar de emoções fortes e que constituíram momentos de pura camaradagem. Todos temos o momento certo para sair e o meu chegou.

Quero no entanto deixar aqui um pódio dos mais colaborantes neste ciclo de convívios para que fiquem como memória futuro.

Um obrigado do coração a todos aqueles que sentiram o apelo da chamada

Até sempre camaradas/amigos de sempre.








           

domingo, 12 de novembro de 2023

Marta Martins Silva

 Marta "agarrou" no tema da Guerra Colonial com muita garra de exorcizar os medos e revolta que muitos sentiram no seu âmago.



Excelente jornalista, transporta para as gerações actuais e não só, o que foi a Guerra Colonial. retratou e retrata episódios marcantes de quem "viveu" na guerra e do êxodo de milhares de portugueses que sentiram na pele a angústia do partir.

Um obrigado pelo excelente trabalho que tem feito no sentido de dar a conhecer realidades que se perderam no tempo...lembrar é preciso.















sábado, 11 de novembro de 2023

A GUERRA NO CINEMA

 "Monsanto" quer ser o segundo filme mais visto de sempre na televisão. Ou melhor, o primeiro - de novo. Depois da paixão proibida de "Amo-te Teresa", a SIC aposta forte no cenário de fogo da mata de Monsanto, onde um ex-combatente da guerra colonial exorcista as recordações da frente de batalha. Alguém mencionou "Inferno", de Joaquim Leitão? Otelo Saraiva de Carvalho dá uma ajuda, como actor. A morte do tenente-coronel Marcelino da Mata foi só mais um episódio a mostrar que, quando o tema é o colonialismo tardio e a Guerra Colonial, o mais provável é que as posições se extremem. É um fenómeno com razões conhecidas, mas que, quase 50 anos depois, não foi possível ultrapassar.

10 FILMES SOBRE A GUERRA COLONIAL

Non, ou a Vã Glória de Mandar’,

Manoel de Oliveira, 1990

Inferno’, Joaquim Leitão, 1999

Capitães de Abril’,

Maria de Medeiros, 2000

Um Adeus Português’, João Botelho, 1985

Monsanto’, Ruy Guerra, 2000

Brandos Costumes’, Alberto Seixas Santos, 1975

Bom Povo Português’, Rui Simões, 1981

Se a memória existe?’, (curta-metragem) João Botelho, 1999

A Tempestade da Terra’,

Fernando de Almeida e Silva, 1998

Era uma vez um Alferes’,

Luís Filipe Costa, 1987
















sexta-feira, 10 de novembro de 2023

A GUERRA NA PAZ




O encontro emotivo de camaradas de uma vida leva-nos a um patamar de emoções excelso. Não se quantifica a saudade e as emoções por números mas sim pelo apertar de uma mão ou pelo abraço forte e sentido. Estivemos juntos na estrada da vida e continuaremos a comemorar o estarmos juntos na celebração de mais um ano que passou. Um obrigado a todos sem excepção.

50 Anos uma vida

                                                              Companhia Caçadores 3411

         50 Anos(28-10-2023).Uma vida
 


1-𝓘𝓷á𝓬𝓲𝓸 𝓞𝓵𝓲𝓿𝓮𝓲𝓻𝓪
2-𝓕𝓻𝓪𝓷𝓬𝓲𝓼𝓬𝓸 𝓡𝓸𝓶ã𝓸
3-𝓢𝓸𝓪𝓻𝓮𝓼 𝓒𝓪𝓼𝓽𝓻𝓸
4-𝓘𝓷á𝓬𝓲𝓸 𝓖𝓸𝓷ç𝓪𝓵𝓿𝓮𝓼
5-𝓙𝓸𝓻𝓰𝓮 𝓢𝓪𝓷𝓽𝓸𝓼
6-𝓐𝓵𝓫𝓪𝓷𝓸 𝓛𝓮𝓲𝓽𝓮
7-𝓐𝓲𝓻𝓮𝓼 𝓟𝓲𝓷𝓽𝓸
8-𝓜𝓪𝓷𝓾𝓮𝓵 𝓐𝓶𝓪𝓻𝓪𝓵
9-𝓙𝓪𝓲𝓶𝓮 𝓝ó𝓫𝓻𝓮𝓰𝓪
10-Ó𝓼𝓬𝓪𝓻 𝓣𝓮𝓲𝔁𝓮𝓲𝓻𝓪
11-𝓐𝓵𝓫𝓪𝓷𝓸 𝓛𝓪𝓻𝓪𝓷𝓳𝓮𝓲𝓻𝓪
12-𝓒𝓪𝓶𝓲𝓵𝓸 𝓒𝓪𝓶𝓲𝓵𝓸
13-𝓞𝓻𝓵𝓪𝓷𝓭𝓸 𝓒𝓪𝓼𝓽𝓻𝓸
14-𝓐𝓫í𝓵𝓲𝓸 𝓒𝓪𝓼𝓽𝓮𝓵𝓸
15-𝓙𝓸𝓼é 𝓒𝓸𝓮𝓵𝓱𝓸
16-Í𝓵𝓲𝓭𝓲𝓸 𝓐𝓰𝓾𝓲𝓪𝓻
17-𝓙𝓸𝓼é 𝓒𝓪𝓵𝓲𝓼𝓽𝓸
18-𝓙𝓪𝓲𝓶𝓮 𝓜𝓸𝓽𝓪
19-𝓑𝓮𝓻𝓷𝓪𝓻𝓭𝓸 𝓟𝓮𝓰𝓪𝓭𝓸
20-𝓐𝓾𝓻é𝓵𝓲𝓸 𝓢𝓸𝓾𝓼𝓪
21-𝓜á𝓻𝓲𝓸 𝓜𝓸𝓻𝓰𝓪𝓭𝓸
22-𝓛𝓾í𝓼 𝓞𝓵𝓲𝓿𝓮𝓲𝓻𝓪
23-𝓛𝓲𝓷𝓸 𝓡𝓮𝓲
24-𝓕𝓮𝓻𝓷𝓪𝓷𝓭𝓸 𝓝𝓮𝓿𝓮𝓼


Um convívio que deixou em todos nós muita emoção, amizade e camaradagem. Um dia que comemorou os 50 anos do nosso regresso a Portugal depois de 27 meses cumpridos em Angola na vila do Songo. Todos saíram plenamente satisfeitos desta jornada. Agradecer aos presentes algum esforço na sua deslocação para o restaurante visto as condições climatéricas não serem as mais favoráveis. Um profundo e sincero agradecimento aos 24 resistentes e seus familiares

terça-feira, 4 de abril de 2023

RELEMBRAR

 𝙍𝙀𝘾𝙊𝙍𝘿𝘼𝙍 𝙇𝙊𝘾𝘼𝙄𝙎 𝙌𝙐𝙀 𝙉𝙊𝙎 𝙈𝘼𝙍𝘾𝘼𝙍𝘼𝙈

𝙐𝙢𝙖 𝙫𝙞𝙨𝙞𝙩𝙖 𝙙𝙖 𝘼𝙨𝙨𝙤𝙘𝙞𝙖𝙘̧𝙖̃𝙤 𝙙𝙤𝙨 𝘼𝙢𝙞𝙜𝙤𝙨 𝙙𝙚 𝙐𝙞́𝙜𝙚 𝙚 𝙦𝙪𝙚 𝙙𝙚 𝙘𝙚𝙧𝙩𝙖 𝓶𝓪𝓷𝓮𝓲𝓻𝓪 𝙧𝙚𝙩𝙧𝙖𝙩𝙤𝙪 𝙤 𝙎𝙤𝙣𝙜𝙤 𝙚𝙢 𝟮𝟬𝟬𝟯 𝙣𝙪𝙢 𝙚𝙨𝙩𝙖𝙙𝙤 𝙙𝙚 𝙨𝙚𝙢𝙞𝙙𝙚𝙨𝙩𝙧𝙪𝙞𝙘̧𝙖̃𝙤 𝓮 𝙘𝙤𝙢 𝙤𝙪𝙩𝙧𝙤𝙨 𝙘𝙤𝙣𝙩𝙧𝙖𝙨𝙩𝙚𝙨 𝙢𝙖𝙞𝙨 𝙥𝙤𝙨𝙞𝙩𝙞𝙫𝙤𝙨. 𝙐𝙢𝙖 𝙫𝙞𝙖𝙜𝙚𝙢 𝙣𝙤 𝙩𝙚𝙢𝙥𝙤 𝙥𝙖𝙧𝙖 𝙦𝙪𝙚𝙢 𝙡𝙖́ 𝙫𝙞𝙫𝙚𝙪, 𝙥𝙖𝙧𝙖 𝙧𝙚𝙡𝙚𝙢𝙗𝙧𝙖𝙧.





segunda-feira, 2 de janeiro de 2023

𝕀ℕ𝕊𝔸ℕ𝕆𝕊

𝙿𝚘𝚛 𝚟𝚎𝚣𝚎𝚜 𝚜𝚘𝚖𝚘𝚜 𝚊𝚙𝚎𝚕𝚒𝚍𝚊𝚍𝚘𝚜 𝚌𝚘𝚖 𝚝𝚎𝚛𝚖𝚒𝚗𝚘𝚕𝚘𝚐𝚒𝚊𝚜 𝚚𝚞𝚎 𝚓𝚊𝚖𝚊𝚒𝚜 𝚙𝚎𝚗𝚜𝚊𝚛𝚒𝚊 𝚕𝚎𝚛. 𝙼𝚊𝚜 𝚒𝚗𝚏𝚎𝚕𝚒𝚣𝚖𝚎𝚗𝚝𝚎 𝚊 𝚟𝚒𝚜𝚊̃𝚘 𝚍𝚎 𝚞𝚖𝚊 𝙶𝚞𝚎𝚛𝚛𝚊 𝙲𝚘𝚕𝚘𝚗𝚒𝚊𝚕 𝚙𝚊𝚛𝚊 𝚊𝚕𝚐𝚞𝚖𝚊𝚜 𝚙𝚎𝚜𝚜𝚘𝚊𝚜 𝚏𝚘𝚒 𝚞𝚖𝚊 "𝚏𝚎𝚜𝚝𝚊" 𝚎 𝚓𝚊𝚖𝚊𝚒𝚜 𝚝𝚒𝚟𝚎𝚛𝚊𝚖 𝚊 𝚗𝚘𝚌̧𝚊̃𝚘 𝚍𝚊 𝚊𝚗𝚐𝚞́𝚜𝚝𝚒𝚊 𝚚𝚞𝚎 𝚟𝚒𝚟𝚎𝚖𝚘𝚜 𝚎𝚖 𝚙𝚎𝚗𝚜𝚊𝚛 𝚝𝚘𝚍𝚊𝚜 𝚊𝚜 𝚗𝚘𝚒𝚝𝚎𝚜 𝚜𝚎 𝚘 𝚊𝚖𝚊𝚗𝚑𝚊̃ 𝚊𝚌𝚘𝚗𝚝𝚎𝚌𝚎𝚛𝚒𝚊.








𝐁𝐨𝐦 𝐀𝐧𝐨 𝐝𝐞 𝟐𝟎𝟐𝟑

 

𝐂𝐎𝐌𝐁𝐀𝐓𝐄𝐍𝐓𝐄𝐒

𝐄𝐬𝐭𝐚𝐦𝐨𝐬 𝐚 "𝐜𝐚𝐢́𝐫" 𝐪𝐮𝐞 𝐧𝐞𝐦 𝐭𝐨𝐫𝐝𝐨𝐬, 𝐞𝐬𝐭𝐚𝐦𝐨𝐬 𝐚 𝐫𝐞𝐜𝐞𝐛𝐞𝐫 𝐚𝐬 "𝐦𝐞𝐝𝐚𝐥𝐡𝐚𝐬" 𝐝𝐞 𝐞𝐧𝐭𝐫𝐞𝐠𝐚𝐫𝐦𝐨𝐬 𝐚 𝐧𝐨𝐬𝐬𝐚 𝐣𝐮𝐯𝐞𝐧𝐭𝐮𝐝𝐞 𝐚 𝐮𝐦𝐚 𝐜𝐚𝐮𝐬𝐚 𝐩𝐞𝐫𝐝𝐢𝐝𝐚. 𝐍𝐮𝐧𝐜𝐚 𝐟𝐨𝐦𝐨𝐬 𝐫𝐞𝐜𝐨𝐧𝐡𝐞𝐜𝐢𝐝𝐨𝐬 𝐩𝐞𝐥𝐚 𝐧𝐨𝐬𝐬𝐚 𝐞𝐧𝐭𝐫𝐞𝐠𝐚 𝐞 𝐩𝐞𝐥𝐚 𝐜𝐨𝐧𝐬𝐭𝐚𝐧𝐭𝐞 𝐥𝐮𝐭𝐚 𝐩𝐚𝐫𝐚 𝐧𝐨 𝐝𝐢𝐚 𝐬𝐞𝐠𝐮𝐢𝐧𝐭𝐞 𝐞𝐬𝐭𝐚𝐫𝐦𝐨𝐬 𝐯𝐢𝐯𝐨𝐬. 𝐅𝐨𝐦𝐨𝐬 "𝐚𝐫𝐫𝐚𝐧𝐜𝐚𝐝𝐨𝐬" 𝐝𝐚𝐬 𝐧𝐨𝐬𝐬𝐚𝐬 𝐫𝐚𝐢́𝐳𝐞𝐬 𝐚𝐢𝐧𝐝𝐚 𝐚𝐝𝐨𝐥𝐞𝐬𝐜𝐞𝐧𝐭𝐞𝐬, 𝐜𝐨𝐦 𝐩𝐨𝐮𝐜𝐚 𝐦𝐚𝐭𝐮𝐫𝐢𝐝𝐚𝐝𝐞 𝐩𝐚𝐫𝐚 𝐞𝐧𝐟𝐫𝐞𝐧𝐭𝐚𝐫 𝐨𝐛𝐬𝐭𝐚́𝐜𝐮𝐥𝐨𝐬 𝐪𝐮𝐞 𝐧𝐨𝐬 𝐟𝐨𝐫𝐚𝐦 𝐚𝐩𝐚𝐫𝐞𝐜𝐞𝐧𝐝𝐨. 𝐓𝐮𝐝𝐨 𝐩𝐚𝐬𝐬𝐚 𝐦𝐚𝐬 𝐚𝐬 𝐫𝐞𝐜𝐨𝐫𝐝𝐚𝐜̧𝐨̃𝐞𝐬 𝐝𝐨𝐬 𝐪𝐮𝐞 𝐥𝐚́ 𝐞𝐬𝐭𝐢𝐯𝐞𝐫𝐚𝐦 𝐧𝐚̃𝐨 𝐬𝐞 𝐚𝐩𝐚𝐠𝐚𝐫𝐚𝐦 𝐞 𝐯𝐚̃𝐨 𝐚𝐜𝐨𝐦𝐩𝐚𝐧𝐡𝐚𝐝𝐚𝐬 𝐝𝐞 𝐮𝐦 𝐬𝐞𝐧𝐭𝐢𝐦𝐞𝐧𝐭𝐨, 𝐟𝐨𝐦𝐨𝐬 𝐜𝐚𝐫𝐧𝐞 𝐩𝐚𝐫𝐚 𝐜𝐚𝐧𝐡𝐚̃𝐨. 𝐀 𝐭𝐨𝐝𝐨𝐬 𝐨𝐬 𝐜𝐨𝐦𝐛𝐚𝐭𝐞𝐧𝐭𝐞𝐬 𝐪𝐮𝐞 𝐚𝐢𝐧𝐝𝐚 𝐫𝐞𝐬𝐢𝐬𝐭𝐞𝐦 𝐮𝐦 𝐚𝐛𝐫𝐚𝐜̧𝐨 𝐟𝐫𝐚𝐭𝐞𝐫𝐧𝐨 𝐫𝐞𝐩𝐥𝐞𝐭𝐨 𝐝𝐞 𝐚𝐦𝐢𝐳𝐚𝐝𝐞.










domingo, 13 de junho de 2021

HOMENAGEM AOS COMBATENTES DA GUERRA COLONIAL EM OLIVEIRA de FRADES

Tem sido constante nos últimos anos e de forma crescente o erigir monumentos aos combatentes que estiveram em várias frentes de combate nas antigas províncias ultramarinas.

Oliveira de Frades minha terra natal não fugiu à regra e em 15-05-21 foi inaugurado o monumento na presença do Ministro da Defesa Nacional, João Gomes Cravinho.

A autoria deste monumento é do Arquiteto José Paulo Loureiro.







sexta-feira, 11 de junho de 2021

FILHA DA GUERRA

A melhor forma de evocar o meu pai e de lidar com os meus estilhaços, é combater uma das mais flagrantes heranças coloniais: o racismo estrutural. E é desconstruir a narrativa da extrema-direita em todos os espaços da nossa vida. Esta é a urgência a que eu devo, a que devemos saber responder.Nasci a 1 de abril de 1980. Seis anos após o 25 de Abril. E sou filha da Guerra Colonial.O meu pai esteve em Moçambique. Nascido em Moimenta da Beira, filho adotivo de um homem extremamente rígido do regime, o meu pai alistou-se. Em abril de 1969, partiu para Luanda a bordo do navio Vera Cruz. No mesmo ano, fez a viagem, no navio comercial Império, para Moçambique. Integrou a 21ª Companhia de Comandos, que participou, entre outras operações, na Nó Górdio. Espoliou, matou e viu morrer. Morreu aos poucos.Às 8h15 de 9 novembro de 1970, feriu-se em Montepuez, ao manipular um dispositivo explosivo que estava a preparar. “Desarticulação atípica da mão esquerda, desarticulação da mão direita”, é o que consta do seu processo médico. Foi posteriormente evacuado para o Hospital Militar Principal, em Lisboa. Passou ainda vários períodos no Hospital de Hamburgo, na Alemanha, para o qual foram encaminhados alguns estropiados de guerra. Foi depois “atirado” para o Depósito dos Indisponíveis na Graça, em Lisboa. E Depósito é mesmo a palavra correta para classificar esse espaço.

A Guerra Colonial foi um marco incontornável na vida do meu pai. Apenas pude construir um puzzle a partir dos fragmentos que ele ia partilhando sobre a sua vida antes, durante e no imediatamente a seguir à Guerra. Desde a sua morte, em janeiro de 2015, tenho dedicado parte do meu tempo a descobrir mais sobre a sua história, o seu percurso. Passei várias horas no Arquivo Geral do Exército, no Arquivo Histórico Militar, participei no almoço de ex-combatentes da 21ª Companhia de Comandos, continuo a conviver com os seus/meus companheiros da Associação dos Deficientes das Forças Armadas (ADFA). Mas não foi preciso muito para perceber que, se não antes, a revolução dentro do meu pai emergiu na Guerra.Parte do corpo do meu pai ficou em Moçambique. Consigo trouxe a certeza de que era preciso acabar com a Guerra. O meu pai fez o 25 de Abril com tantas e tantos outros, defendeu-o na rua de arma na mão. Continuou a defender a Revolução toda a sua vida. Em alguns momentos, também de arma na mão.Eu e o meu pai nunca tivemos uma conversa tranquila, estruturada, sobre a sua participação na Guerra Colonial. Nunca me explicou que foi comando. A versão era outra. Acredito que nunca tenha feito as pazes consigo próprio por isso. Ou que, pelo menos, nunca tenha conseguido apaziguar-se. Por ter marchado para o matadouro. Por se ter tornado carne para canhão. Por ter matado, visto morrer. Pelos horrores que fez, os horrores que viu fazer. “Tu não imaginas o que eu fiz”, dizia-me.Os momentos em que ele partilhava memórias soltas, confusas, conturbadas, eram pesados e sombrios. Não me lembro bem que idade tinha quando começaram estas “conversas”. Mas era mesmo bastante pequena. O álcool trazia ao de cima os estilhaços mais dolorosos. Os seus demónios. Costumávamos ficar os dois sozinhos, na escuridão ou na semi-escuridão, e ele falava-me sobre aquilo que não ousava partilhar com mais ninguém. Os cheiros, os sons, as imagens da Guerra e da morte. As perdas. Eu esforçava-me o mais que podia para pesar bem as minhas palavras. Sentia-o como uma granada sem espoleta, como aquela que lhe roubou a mão, pronta a explodir. E só queria tentar conter toda aquela raiva, aquela tristeza, aquela angústia. Com cerca de oito anos, os pesadelos com os horrores da Guerra e a morte fizeram com que eu começasse a urinar na cama.

A Guerra chegou até mim desta forma. Através de todo este turbilhão de memórias e sentimentos. Chegou até mim através da ausência da mão esquerda do meu pai, das dores incessantes que sentiu durante toda a sua vida no braço que foi possível salvar e na mão que não existia – a dor do membro fantasma. Chegou também através das manchas de vitiligo em parte do seu corpo, que mais tarde soube terem sido causadas pelo stress de guerra. Chegou através dos estilhaços que, literalmente, lhe foram saindo do corpo, furando-lhe a pele. Chegou através do sobressalto com barulhos estridentes, o estado de permanente vigilância. E também chegou até mim através de todos os seus companheiros.O meu pai foi um dos fundadores e dirigentes da Associação dos Deficientes das Forças Armadas em Lisboa e em Viseu, tendo igualmente sido um dos construtores da Cooperativa dos Deficientes das Forças Armadas.Cresci com o Carmo Vicente, o António Calvinho, o Marcelino, o Luís Godinho, o Arruda, o Correia… Muitas vezes ficavam comigo quando o meu pai se ausentava. Eu andava de colo em colo. Habituei-me a encontrar as suas próteses espalhadas pela casa e, inclusive, a brincar com elas. Os meus amigos não tinham pernas, não tinham braços, eram cegos, surdos,… Tinham perdido todos algo e ganho memórias às quais não é possível fugir. Alguns ainda viviam a Guerra. Os seus pensamentos nunca saíram de Angola, Guiné ou Moçambique.O meu pai nunca foi um desgraçadinho, ainda que muitas vezes tenha sido tratado como tal pelo Estado e pela sociedade. Ainda que tenha sido confrontado com um puro assistencialismo misericordioso que nada mais fazia do que retirar a sua dignidade.O meu pai era um furacão, uma força da natureza. Era um revolucionário. Foi alguém que pegou nos seus estilhaços e fez deles força, protesto, ação. E é muito graças a ele, Jorge Carneiro, o meu pai, uma das pessoas mais complexas, mais inteligentes e mais extraordinárias que conheci, e a todos os seus/meus companheiros, que sei, desde sempre, o que foi, de facto, o passado colonial português e os horrores de uma guerra injusta, imoral, maldita. Que sei quem foi Amílcar Cabral e os Movimentos de Libertação Nacional. Que sei quem era o verdadeiro inimigo.

Não só sou filha da Guerra como cresci com a Guerra. Com os horrores da Guerra. Cresci com a morte, o cheiro à guerra, o stress pós traumático. E trago-os ainda comigo. Filha de uma resistente antifascista, militante do PCP, que esteve presa, foi torturada, passou pela clandestinidade, trago também comigo o peso da repressão da ditadura. Da minha mãe, herdei o desconforto face a espaços fechados, a impossibilidade de trancar portas, o receio do barulho produzido pelos ferrolhos. Mas a maior herança dos meus pais é a certeza de que temos de resgatar a memória do que foi o fascismo, o colonialismo, a Guerra Colonial.Os estilhaços da Guerra Colonial são incómodos. Querem-se guardados a sete chaves em qualquer arquivo oficial ou escondidos no recato familiar. Cabe também a nós pegar nesses estilhaços e fazer deles força.A melhor forma de evocar o meu pai, a melhor forma de lidar com os meus estilhaços, é contribuir para que um passado tão recente, um passado de fascismo, ditadura, tortura, colonialismo, esclavagismo, não caia no esquecimento e seja branqueado. É combater uma das mais flagrantes heranças coloniais: o racismo estrutural, sistémico, que continua a grassar na nossa sociedade. É enfrentar a narrativa da extrema direita a nível académico, político, social, em todos os espaços da nossa vida. Esta é a urgência a que eu devo, a que devemos saber responder.

Mariana Carneiro

Socióloga do Trabalho, especialista em Direito do trabalho



sexta-feira, 30 de abril de 2021

PARA MEMÓRIA FUTURA EM OLIVEIRA de FRADES





Para memória futura um monumento que vincará na história a passagem de toda uma geração que agregou ao coração as palavras do dever de lutar pela pátria. A todos os que já partiram o meu mais profundo pesar por não ter sido reconhecido o seu esforço. As gerações futuras que se lembrem que tombaram em solo africano mais de 9.000 mil jovens numa faixa etária muito baixa(20/23 anos). Lutamos pelo dever que nos era imposto por um regime fascista. Quantas mães e pais viveram um período de 24 meses, sempre na ânsia e desespero de uma notícia nefasta que lhes viesse tirar o direito de os voltar a abraçar?

domingo, 21 de março de 2021

𝙈𝘼𝘿𝙍𝙄𝙉𝙃𝘼𝙎 𝙙𝙚 𝙂𝙐𝙀𝙍𝙍𝘼


𝗔𝘀 𝗺𝗮𝗱𝗿𝗶𝗻𝗵𝗮𝘀 𝗱𝗲 𝗴𝘂𝗲𝗿𝗿𝗮 𝗳𝗼𝗿𝗮𝗺 𝗲𝘀𝘀𝗲𝗻𝗰𝗶𝗮𝗶𝘀 𝗽𝗮𝗿𝗮 𝗺𝗮𝗻𝘁𝗲𝗿 𝗼 𝗲𝗾𝘂𝗶𝗹𝗶́𝗯𝗿𝗶𝗼 𝗱𝗼𝘀 𝗰𝗼𝗺𝗯𝗮𝘁𝗲𝗻𝘁𝗲𝘀 𝗱𝗮 𝗚𝘂𝗲𝗿𝗿𝗮 𝗱𝗼 𝗖𝗼𝗹𝗼𝗻𝗶𝗮𝗹. 𝗔 𝗰𝗵𝗲𝗴𝗮𝗱𝗮 𝗱𝗼 𝗰𝗼𝗿𝗿𝗲𝗶𝗼 𝗲𝗿𝗮 𝗼 𝗺𝗼𝗺𝗲𝗻𝘁𝗼 𝗺𝗮𝗶𝘀 𝗮𝗴𝘂𝗮𝗿𝗱𝗮𝗱𝗼 𝗽𝗲𝗹𝗼𝘀 𝗺𝗶𝗹𝗶𝘁𝗮𝗿𝗲𝘀 𝗲𝗺 𝗔𝗻𝗴𝗼𝗹𝗮, 𝗻𝗮 𝗚𝘂𝗶𝗻𝗲́ 𝗲 𝗲𝗺 𝗠𝗼𝗰̧𝗮𝗺𝗯𝗶𝗾𝘂𝗲. 𝗠𝗶𝗹𝗵𝗮𝗿𝗲𝘀 𝗱𝗲 𝗿𝗮𝗽𝗮𝘇𝗲𝘀 𝗽𝗼𝗿𝘁𝘂𝗴𝘂𝗲𝘀𝗲𝘀 𝘃𝗶𝘃𝗲𝗿𝗮𝗺 𝗼 𝗶𝗻𝗳𝗲𝗿𝗻𝗼 𝗻𝗮 𝘁𝗲𝗿𝗿𝗮, 𝗲 𝗮𝘀 𝗰𝗮𝗿𝘁𝗮𝘀 𝗾𝘂𝗲 𝗿𝗲𝗰𝗲𝗯𝗶𝗮𝗺 𝗱𝗼 𝗽𝗮𝗶́𝘀 𝗻𝗮𝘁𝗮𝗹 𝗲𝗿𝗮𝗺 𝗼 𝗰𝗼𝗻𝗳𝗼𝗿𝘁𝗼 𝗾𝘂𝗲 𝗽𝗿𝗲𝗰𝗶𝘀𝗮𝘃𝗮𝗺 𝗽𝗮𝗿𝗮 𝘀𝗲 𝘀𝗲𝗻𝘁𝗶𝗿𝗲𝗺 𝗺𝗮𝗶𝘀 𝗽𝗲𝗿𝘁𝗼 𝗱𝗲 𝗰𝗮𝘀𝗮. 𝗠𝘂𝗶𝘁𝗮𝘀 𝗱𝗲𝘀𝘁𝗮𝘀 𝗰𝗮𝗿𝘁𝗮𝘀 𝗲𝗿𝗮𝗺 𝗲𝘀𝗰𝗿𝗶𝘁𝗮𝘀 𝗽𝗼𝗿 𝗺𝘂𝗹𝗵𝗲𝗿𝗲𝘀 𝗾𝘂𝗲 𝗲𝗹𝗲𝘀 𝗻𝗮̃𝗼 𝗰𝗼𝗻𝗵𝗲𝗰𝗶𝗮𝗺, 𝗺𝗮𝘀 𝗾𝘂𝗲 𝗮𝗰𝗲𝗶𝘁𝗮𝗿𝗮𝗺 𝗼 𝗿𝗲𝗽𝘁𝗼 𝗱𝗼 𝗠𝗼𝘃𝗶𝗺𝗲𝗻𝘁𝗼 𝗡𝗮𝗰𝗶𝗼𝗻𝗮𝗹 𝗙𝗲𝗺𝗶𝗻𝗶𝗻𝗼 𝗽𝗮𝗿𝗮 𝘀𝗲 𝗰𝗼𝗿𝗿𝗲𝘀𝗽𝗼𝗻𝗱𝗲𝗿𝗲𝗺 𝗰𝗼𝗺 𝗼𝘀 𝗺𝗶𝗹𝗶𝘁𝗮𝗿𝗲𝘀 𝗲 𝗹𝗵𝗲𝘀 𝗼𝗳𝗲𝗿𝗲𝗰𝗲𝗿𝗲𝗺 𝘂𝗺 𝗼𝗺𝗯𝗿𝗼 𝗮𝗺𝗶𝗴𝗼 𝗱𝘂𝗿𝗮𝗻𝘁𝗲 𝗮 𝗺𝗶𝘀𝘀𝗮̃𝗼 𝗲𝗺 𝗔́𝗳𝗿𝗶𝗰𝗮. 𝗘𝘀𝘁𝗮𝘀 𝗽𝗮𝗹𝗮𝘃𝗿𝗮𝘀 𝗱𝗲 𝗮𝗹𝗲𝗻𝘁𝗼 𝗱𝗲𝗿𝗮𝗺, 𝗲𝗺 𝗺𝘂𝗶𝘁𝗼𝘀 𝗰𝗮𝘀𝗼𝘀, 𝗹𝘂𝗴𝗮𝗿 𝗮 𝗱𝗲𝗰𝗹𝗮𝗿𝗮𝗰̧𝗼̃𝗲𝘀 𝗮𝗽𝗮𝗶𝘅𝗼𝗻𝗮𝗱𝗮𝘀 𝗾𝘂𝗲 𝗰𝗵𝗲𝗴𝗮𝗿𝗮𝗺 𝗮𝗼 𝗮𝗹𝘁𝗮𝗿. 𝗨𝗺𝗮 𝗱𝗲𝘀𝘀𝗮𝘀 𝗵𝗶𝘀𝘁𝗼́𝗿𝗶𝗮𝘀 𝗲́ 𝗮 𝗱𝗲 𝗠𝗮𝗻𝘂𝗲𝗹 𝗲 𝗜𝗱𝗮𝗹𝗶𝗻𝗮, 𝗾𝘂𝗲 𝘁𝗿𝗼𝗰𝗮𝗿𝗮𝗺 𝗰𝗼𝗿𝗿𝗲𝘀𝗽𝗼𝗻𝗱𝗲̂𝗻𝗰𝗶𝗮 𝗱𝘂𝗿𝗮𝗻𝘁𝗲 𝟮 𝗮𝗻𝗼𝘀 𝗲 𝗮𝗰𝗮𝗯𝗮𝗿𝗮𝗺 𝗽𝗼𝗿 𝗰𝗮𝘀𝗮𝗿, 𝗱𝗲 𝘂𝗺𝗮 𝗳𝗼𝗿𝗺𝗮 𝗺𝘂𝗶𝘁𝗼 𝗽𝗮𝗿𝘁𝗶𝗰𝘂𝗹𝗮𝗿: 𝗽𝗼𝗿 𝗽𝗿𝗼𝗰𝘂𝗿𝗮𝗰̧𝗮̃𝗼. 𝗣𝗼𝗿 𝗻𝗮̃𝗼 𝗲𝘀𝘁𝗮𝗿 𝗮𝘂𝘁𝗼𝗿𝗶𝘇𝗮𝗱𝗮 𝗮 𝘃𝗶𝗮𝗷𝗮𝗿 𝗱𝗮𝗱𝗼 𝗾𝘂𝗲 𝗮𝗶𝗻𝗱𝗮 𝗻𝗮̃𝗼 𝗲𝗿𝗮 𝗰𝗮𝘀𝗮𝗱𝗮, 𝗜𝗱𝗮𝗹𝗶𝗻𝗮 𝗰𝗲𝗹𝗲𝗯𝗿𝗼𝘂 𝗼 𝗰𝗮𝘀𝗮𝗺𝗲𝗻𝘁𝗼 𝗲𝗺 𝗣𝗼𝗿𝘁𝘂𝗴𝗮𝗹 𝗰𝗼𝗺 𝘂𝗺 𝗿𝗲𝗽𝗿𝗲𝘀𝗲𝗻𝘁𝗮𝗻𝘁𝗲 𝗱𝗲 𝗠𝗮𝗻𝘂𝗲𝗹, 𝗾𝘂𝗲 𝗮𝗰𝗮𝗯𝗼𝘂 𝗽𝗼𝗿 𝘀𝗲𝗿 𝗼 𝗶𝗿𝗺𝗮̃𝗼 𝗱𝗼 𝗲𝗻𝘁𝗮̃𝗼 𝗰𝗼𝗺𝗯𝗮𝘁𝗲𝗻𝘁𝗲, 𝗰𝗼𝗺 𝗮 𝗻𝗼𝗶𝘃𝗮 𝗮 𝘀𝗲𝗿 𝗹𝗲𝘃𝗮𝗱𝗮 𝗱𝗲𝗽𝗼𝗶𝘀 𝗮𝗼 𝗮𝗲𝗿𝗼𝗽𝗼𝗿𝘁𝗼 𝗻𝗼 𝗳𝗶𝗺 𝗱𝗮 𝗰𝗲𝗿𝗶𝗺𝗼́𝗻𝗶𝗮 𝗽𝗮𝗿𝗮 𝗲𝗺𝗯𝗮𝗿𝗰𝗮𝗿 𝗽𝗮𝗿𝗮 𝗷𝘂𝗻𝘁𝗼 𝗱𝗼 𝘀𝗲𝘂 𝗮𝗺𝗼𝗿, 𝗾𝘂𝗲 𝘀𝗲 𝗲𝗻𝗰𝗼𝗻𝘁𝗿𝗮𝘃𝗮 𝗲𝗺 𝗟𝘂𝗮𝗻𝗱𝗮. 𝗔 𝗷𝗼𝗿𝗻𝗮𝗹𝗶𝘀𝘁𝗮 𝗠𝗮𝗿𝘁𝗮 𝗠𝗮𝗿𝘁𝗶𝗻𝘀 𝗦𝗶𝗹𝘃𝗮, 𝗶𝗻𝘁𝗲𝗿𝗲𝘀𝘀𝗮𝗱𝗮 𝗽𝗲𝗹𝗼𝘀 𝗮𝘀𝘀𝘂𝗻𝘁𝗼𝘀 𝗱𝗮 𝗴𝘂𝗲𝗿𝗿𝗮, 𝗳𝗼𝗶 𝗮𝘀𝘀𝗶𝗺 𝗰𝗼𝗻𝘃𝗶𝗱𝗮𝗱𝗮 𝗽𝗲𝗹𝗮 𝗲𝗱𝗶𝘁𝗼𝗿𝗮 «𝗗𝗲𝘀𝗮𝘀𝘀𝗼𝘀𝘀𝗲𝗴𝗼» 𝗽𝗮𝗿𝗮 𝗲𝘀𝗰𝗿𝗲𝘃𝗲𝗿 𝘂𝗺 𝗹𝗶𝘃𝗿𝗼 𝗾𝘂𝗲 𝗿𝗲𝘁𝗿𝗮𝘁𝗮𝘀𝘀𝗲 𝗲𝘀𝘁𝗮 𝗿𝗲𝗮𝗹𝗶𝗱𝗮𝗱𝗲 𝗱𝗮𝘀 𝗺𝗮𝗱𝗿𝗶𝗻𝗵𝗮𝘀 𝗱𝗲 𝗴𝘂𝗲𝗿𝗿𝗮, 𝗰𝗼𝗺 𝘂𝗺 𝗹𝗶𝘃𝗿𝗼 𝗶𝗻𝘁𝗶𝘁𝘂𝗹𝗮𝗱𝗼 𝗽𝗿𝗲𝗰𝗶𝘀𝗮𝗺𝗲𝗻𝘁𝗲 «𝗠𝗮𝗱𝗿𝗶𝗻𝗵𝗮𝘀 𝗱𝗲 𝗚𝘂𝗲𝗿𝗿𝗮», 𝗾𝘂𝗲 𝗿𝗲𝘂́𝗻𝗲 𝘃𝗮́𝗿𝗶𝗮𝘀 𝗵𝗶𝘀𝘁𝗼́𝗿𝗶𝗮𝘀, 𝗶𝗹𝘂𝘀𝘁𝗿𝗮𝗱𝗮𝘀 𝗰𝗼𝗺 𝗼𝘀 𝗲𝘅𝗲𝗺𝗽𝗹𝗮𝗿𝗲𝘀 𝗱𝗮 𝗰𝗼𝗿𝗿𝗲𝘀𝗽𝗼𝗻𝗱𝗲̂𝗻𝗰𝗶𝗮, 𝗲 𝗾𝘂𝗲 𝗽𝗿𝗼𝗺𝗲𝘁𝗲 𝗮𝗽𝗮𝗶𝘅𝗼𝗻𝗮𝗿 𝗾𝘂𝗲𝗺 𝗮𝘀 𝗹𝗲̂.









sexta-feira, 5 de março de 2021

𝐑𝐄𝐕𝐈𝐒𝐈𝐓𝐀𝐑 𝐀 𝐆𝐔𝐄𝐑𝐑𝐀

A TODOS OS MEUS EX-CAMARADAS E AMIGOS QUE PASSARAM PELO FLAGELO DA GUERRA COLONIAL. A GUERRA.....


Os poemas que dissertam sobre a guerra, integram uma parte daqueles que transformaram os gritos de revolta, as lágrimas não contidas, o desespero de não alcançar o zénite, em suma o lamento de muitas vidas transformadas em palavras sentidas. Alguns porque conviveram com ela e outros porque "beberam" de todo um manancial existente. Desses quero destacar Jorge de Sena e Sophia de Mello Breyner.Dos que estiveram lá e que servem de paradigma, aqui deixo um pequeno fragmento poético extraído do livro "Memórias de um Combatente" da autoria de Joaquim da Silva Sousa. Que sofrimento meu Deus ser pai de dois rebentos Que eu amo tanto e vou ter que deixar, Ao mando de um governo que me vai fazer lutar, Cegos pelo poder, e de conservadores sedentos, De um Portugal que está para além do mar. Mas que mal eu fiz? Quem me fez mal? E contra quem eu vou lutar? Mas quem é que me fez mal para eu ter de matar? Que me estás tu a fazer oh meu Portugal, Que me ordena a morte em vez de amar. Revisitar os espaços da guerra é uma forma de drenagem de um drama interior, e como tal tem toda uma dimensão terapêutica(Margarida Calafate)...

segunda-feira, 1 de março de 2021

𝐇𝐮𝐦𝐚𝐧𝐢𝐳𝐚𝐫 𝐨𝐬 𝐞𝐱-𝐜𝐨𝐦𝐛𝐚𝐭𝐞𝐧𝐭𝐞𝐬

𝐅𝐚𝐥𝐞𝐜𝐞𝐮 𝐨 𝐭𝐞𝐧𝐞𝐧𝐭𝐞-𝐜𝐨𝐫𝐨𝐧𝐞𝐥 𝐌𝐚𝐫𝐜𝐞𝐥𝐢𝐧𝐨 𝐝𝐚 𝐌𝐚𝐭𝐚, 𝐯𝐢́𝐭𝐢𝐦𝐚 𝐝𝐞 𝐮𝐦𝐚 𝐩𝐚𝐧𝐝𝐞𝐦𝐢𝐚 𝐪𝐮𝐞 𝐧𝐚̃𝐨 𝐞𝐬𝐜𝐨𝐥𝐡𝐞 𝐡𝐞𝐫𝐨́𝐢𝐬 𝐨𝐮 𝐯𝐢𝐥𝐨̃𝐞𝐬.

𝐄 𝐚 𝐞𝐬𝐬𝐞 𝐩𝐫𝐨𝐩𝐨́𝐬𝐢𝐭𝐨 𝐞́ 𝐜𝐨𝐦 𝐚𝐥𝐠𝐮𝐦𝐚 𝐩𝐞𝐫𝐩𝐥𝐞𝐱𝐢𝐝𝐚𝐝𝐞 𝐪𝐮𝐞 𝐯𝐨𝐮 𝐚𝐜𝐨𝐦𝐩𝐚𝐧𝐡𝐚𝐧𝐝𝐨 𝐨 𝐝𝐞𝐬𝐟𝐢𝐥𝐚𝐫 𝐝𝐞 𝐚𝐥𝐠𝐮𝐦𝐚𝐬 𝐨𝐩𝐢𝐧𝐢𝐨̃𝐞𝐬 𝐪𝐮𝐞 𝐯𝐚̃𝐨 𝐚𝐩𝐚𝐫𝐞𝐜𝐞𝐧𝐝𝐨 𝐧𝐨 𝐞𝐬𝐩𝐚𝐜̧𝐨 𝐩𝐮́𝐛𝐥𝐢𝐜𝐨. 𝐎𝐬 𝐞𝐱𝐭𝐫𝐞𝐦𝐢𝐬𝐦𝐨𝐬, 𝐨𝐬 𝐨́𝐝𝐢𝐨𝐬, 𝐨 𝐚𝐜𝐢𝐫𝐫𝐚𝐫 𝐝𝐞 𝐚̂𝐧𝐢𝐦𝐨𝐬 𝐞𝐦 𝐪𝐮𝐞𝐬𝐭𝐨̃𝐞𝐬 𝐪𝐮𝐞 𝐟𝐚𝐳𝐞𝐦 𝐩𝐚𝐫𝐭𝐞 𝐝𝐚 𝐧𝐨𝐬𝐬𝐚 𝐡𝐢𝐬𝐭𝐨́𝐫𝐢𝐚, 𝐝𝐚 𝐧𝐨𝐬𝐬𝐚 𝐦𝐞𝐦𝐨́𝐫𝐢𝐚 𝐜𝐨𝐥𝐞𝐭𝐢𝐯𝐚. 𝐓𝐮𝐝𝐨 𝐩𝐨𝐝𝐞 𝐬𝐞𝐫 𝐝𝐢𝐬𝐜𝐮𝐭𝐢𝐝𝐨, 𝐭𝐮𝐝𝐨 𝐩𝐨𝐝𝐞 𝐬𝐞𝐫 𝐝𝐞𝐛𝐚𝐭𝐢𝐝𝐨, 𝐚𝐬 𝐯𝐢𝐬𝐨̃𝐞𝐬 𝐝𝐚 𝐇𝐢𝐬𝐭𝐨́𝐫𝐢𝐚 𝐬𝐚̃𝐨 𝐭𝐨𝐝𝐚𝐬 𝐯𝐚́𝐥𝐢𝐝𝐚𝐬. 𝐏𝐨𝐫 𝐢𝐬𝐬𝐨 𝐞𝐱𝐢𝐬𝐭𝐞 𝐩𝐞𝐧𝐬𝐚𝐦𝐞𝐧𝐭𝐨. 𝐏𝐨𝐫 𝐢𝐬𝐬𝐨 𝐧𝐚̃𝐨 𝐡𝐚́ 𝐯𝐞𝐫𝐝𝐚𝐝𝐞𝐬 𝐚𝐛𝐬𝐨𝐥𝐮𝐭𝐚𝐬. 𝐎 𝐪𝐮𝐞 𝐣𝐚́ 𝐧𝐚̃𝐨 𝐞́ 𝐧𝐨𝐫𝐦𝐚𝐥 𝐞́ 𝐞𝐬𝐭𝐚 𝐜𝐨𝐧𝐭𝐢𝐧𝐮𝐚𝐝𝐚 𝐯𝐨𝐧𝐭𝐚𝐝𝐞 𝐝𝐞 𝐚𝐛𝐫𝐢𝐫 𝐟𝐞𝐫𝐢𝐝𝐚𝐬 𝐧𝐚 𝐬𝐨𝐜𝐢𝐞𝐝𝐚𝐝𝐞, 𝐝𝐞 𝐞𝐱𝐚𝐥𝐭𝐚𝐫 𝐚̂𝐧𝐢𝐦𝐨𝐬 𝐞 𝐥𝐞𝐯𝐚𝐫 𝐚𝐨 𝐞𝐱𝐭𝐫𝐞𝐦𝐚𝐫 𝐝𝐞 𝐩𝐨𝐬𝐢𝐜̧𝐨̃𝐞𝐬 𝐞𝐦 𝐝𝐢𝐬𝐜𝐮𝐬𝐬𝐨̃𝐞𝐬 𝐦𝐮𝐢𝐭𝐚𝐬 𝐯𝐞𝐳𝐞𝐬 𝐢𝐧𝐮́𝐭𝐞𝐢𝐬, 𝐩𝐨𝐫 𝐞𝐬𝐭𝐞́𝐫𝐞𝐢𝐬. 𝐍𝐨 𝐦𝐞𝐢𝐨 𝐝𝐞 𝐮𝐦𝐚 𝐩𝐚𝐧𝐝𝐞𝐦𝐢𝐚, 𝐚 𝐛𝐫𝐚𝐜̧𝐨𝐬 𝐜𝐨𝐦 𝐮𝐦𝐚 𝐠𝐫𝐚𝐯𝐢́𝐬𝐬𝐢𝐦𝐚 𝐜𝐫𝐢𝐬𝐞 𝐞𝐜𝐨𝐧𝐨́𝐦𝐢𝐜𝐚 𝐞 𝐬𝐨𝐜𝐢𝐚𝐥, 𝐧𝐞𝐧𝐡𝐮𝐦𝐚 𝐝𝐞𝐬𝐭𝐚𝐬 𝐨𝐩𝐢𝐧𝐢𝐨̃𝐞𝐬 𝐛𝐨𝐦𝐛𝐚́𝐬𝐭𝐢𝐜𝐚𝐬 𝐜𝐨𝐧𝐭𝐫𝐢𝐛𝐮𝐞𝐦 𝐩𝐚𝐫𝐚 𝐚 𝐫𝐞𝐬𝐨𝐥𝐮𝐜̧𝐚̃𝐨 𝐝𝐞 𝐚𝐥𝐠𝐮𝐦 𝐩𝐫𝐨𝐛𝐥𝐞𝐦𝐚. 𝐏𝐞𝐥𝐨 𝐜𝐨𝐧𝐭𝐫𝐚́𝐫𝐢𝐨. 𝐅𝐚𝐥𝐭𝐚 𝐚 𝐬𝐞𝐫𝐞𝐧𝐢𝐝𝐚𝐝𝐞 𝐧𝐞𝐜𝐞𝐬𝐬𝐚́𝐫𝐢𝐚 𝐩𝐚𝐫𝐚 𝐚 𝐫𝐞𝐟𝐥𝐞𝐱𝐚̃𝐨 𝐬𝐞́𝐫𝐢𝐚 𝐬𝐨𝐛𝐫𝐞 𝐨𝐬 𝐚𝐬𝐬𝐮𝐧𝐭𝐨𝐬, 𝐪𝐮𝐞 𝐧𝐨𝐬 𝐬𝐚̃𝐨 𝐚𝐫𝐫𝐞𝐦𝐞𝐬𝐬𝐚𝐝𝐨𝐬 𝐜𝐨𝐦𝐨 𝐩𝐞𝐝𝐫𝐚𝐬 𝐞 𝐪𝐮𝐞 𝐦𝐞𝐫𝐞𝐜𝐢𝐚𝐦 𝐨𝐮𝐭𝐫𝐨 𝐭𝐫𝐚𝐭𝐚𝐦𝐞𝐧𝐭𝐨 𝐩𝐨𝐫 𝐞𝐬𝐭𝐚𝐫𝐞𝐦 𝐢𝐧𝐭𝐢𝐦𝐚𝐦𝐞𝐧𝐭𝐞 𝐫𝐞𝐥𝐚𝐜𝐢𝐨𝐧𝐚𝐝𝐨𝐬 𝐜𝐨𝐦 𝐨 𝐪𝐮𝐞 𝐬𝐨𝐦𝐨𝐬 (𝐞 𝐜𝐨𝐦 𝐨 𝐪𝐮𝐞 𝐪𝐮𝐞𝐫𝐞𝐦𝐨𝐬 𝐬𝐞𝐫) 𝐜𝐨𝐦𝐨 𝐩𝐚𝐢́𝐬. 𝐎𝐬 𝐚̂𝐧𝐢𝐦𝐨𝐬 𝐞𝐱𝐚𝐥𝐭𝐚𝐫𝐚𝐦-𝐬𝐞 𝐩𝐨𝐫𝐪𝐮𝐞 𝐌𝐚𝐦𝐚𝐝𝐨𝐮 𝐁𝐚 𝐫𝐞𝐬𝐨𝐥𝐯𝐞𝐮 𝐞𝐬𝐜𝐫𝐞𝐯𝐞𝐫 𝐪𝐮𝐞 𝐨 𝐭𝐞𝐧𝐞𝐧𝐭𝐞-𝐜𝐨𝐫𝐨𝐧𝐞𝐥 𝐌𝐚𝐫𝐜𝐞𝐥𝐢𝐧𝐨 𝐝𝐚 𝐌𝐚𝐭𝐚 𝐞𝐫𝐚 “𝐮𝐦 𝐜𝐫𝐢𝐦𝐢𝐧𝐨𝐬𝐨 𝐝𝐞 𝐠𝐮𝐞𝐫𝐫𝐚 𝐪𝐮𝐞 𝐧𝐚̃𝐨 𝐦𝐞𝐫𝐞𝐜𝐞 𝐫𝐞𝐬𝐩𝐞𝐢𝐭𝐨 𝐧𝐞𝐧𝐡𝐮𝐦”, 𝐮𝐦 𝐝𝐢𝐚 𝐚𝐩𝐨́𝐬 𝐬𝐞𝐫 𝐜𝐨𝐧𝐡𝐞𝐜𝐢𝐝𝐚 𝐚 𝐬𝐮𝐚 𝐦𝐨𝐫𝐭𝐞. 𝐄 𝐨 𝐪𝐮𝐞 𝐯𝐚𝐥𝐞 𝐮𝐦𝐚 𝐨𝐩𝐢𝐧𝐢𝐚̃𝐨 𝐢𝐝𝐢𝐨𝐭𝐚? 𝐍𝐚𝐝𝐚. 𝐀𝐬𝐬𝐢𝐦 𝐜𝐨𝐦𝐨 𝐧𝐚𝐝𝐚 𝐣𝐮𝐬𝐭𝐢𝐟𝐢𝐜𝐚 𝐪𝐮𝐞 𝐚𝐬 𝐚𝐟𝐢𝐫𝐦𝐚𝐜̧𝐨̃𝐞𝐬 𝐭𝐞𝐧𝐡𝐚𝐦 𝐝𝐚𝐝𝐨 𝐨𝐫𝐢𝐠𝐞𝐦 𝐚 𝐮𝐦 𝐚𝐛𝐚𝐢𝐱𝐨-𝐚𝐬𝐬𝐢𝐧𝐚𝐝𝐨 𝐩𝐞𝐝𝐢𝐧𝐝𝐨 𝐚 𝐬𝐮𝐚 𝐞𝐱𝐭𝐫𝐚𝐝𝐢𝐜̧𝐚̃𝐨. 𝐄́ 𝐮𝐦 𝐜𝐢𝐝𝐚𝐝𝐚̃𝐨 𝐩𝐨𝐫𝐭𝐮𝐠𝐮𝐞̂𝐬, 𝐪𝐮𝐞𝐫𝐞𝐦 𝐞𝐱𝐭𝐫𝐚𝐝𝐢𝐭𝐚́-𝐥𝐨 𝐩𝐚𝐫𝐚 𝐨𝐧𝐝𝐞? 𝐄𝐦 𝐏𝐨𝐫𝐭𝐮𝐠𝐚𝐥 𝐚𝐢𝐧𝐝𝐚 𝐡𝐚́ 𝐥𝐢𝐛𝐞𝐫𝐝𝐚𝐝𝐞 𝐝𝐞 𝐞𝐱𝐩𝐫𝐞𝐬𝐬𝐚̃𝐨 𝐞 𝐝𝐞 𝐩𝐞𝐧𝐬𝐚𝐦𝐞𝐧𝐭𝐨, 𝐞 𝐚 𝐢𝐝𝐢𝐨𝐭𝐢𝐜𝐞 𝐧𝐚̃𝐨 𝐞́ 𝐜𝐫𝐢𝐦𝐢𝐧𝐚𝐥𝐢𝐳𝐚𝐝𝐚. 𝐏𝐨𝐫𝐞́𝐦, 𝐨 𝐪𝐮𝐞 𝐭𝐞𝐫𝐢𝐚 𝐬𝐢𝐝𝐨 𝐦𝐚𝐢𝐬 𝐩𝐫𝐨𝐝𝐮𝐭𝐢𝐯𝐨 𝐞𝐫𝐚 𝐪𝐮𝐞 𝐬𝐞 𝐫𝐞𝐟𝐥𝐞𝐭𝐢𝐬𝐬𝐞 𝐬𝐨𝐛𝐫𝐞 𝐚 𝐬𝐢𝐭𝐮𝐚𝐜̧𝐚̃𝐨 𝐝𝐨𝐬 𝐧𝐨𝐬𝐬𝐨𝐬 𝐞𝐱-𝐜𝐨𝐦𝐛𝐚𝐭𝐞𝐧𝐭𝐞𝐬 – 𝐬𝐞𝐫𝐞𝐬 𝐡𝐮𝐦𝐚𝐧𝐨𝐬 𝐪𝐮𝐞 𝐚𝐢𝐧𝐝𝐚 𝐡𝐨𝐣𝐞 𝐯𝐢𝐯𝐞𝐦 𝐨𝐬 𝐭𝐞𝐫𝐫𝐨𝐫𝐞𝐬 𝐞 𝐚𝐬 𝐜𝐨𝐧𝐬𝐞𝐪𝐮𝐞̂𝐧𝐜𝐢𝐚𝐬 𝐝𝐚 𝐠𝐮𝐞𝐫𝐫𝐚. 𝐒𝐚̃𝐨 𝐡𝐨𝐦𝐞𝐧𝐬 𝐭𝐚̃𝐨 𝐢𝐦𝐩𝐞𝐫𝐟𝐞𝐢𝐭𝐨𝐬 𝐪𝐮𝐚𝐧𝐭𝐨 𝐢𝐦𝐩𝐞𝐫𝐟𝐞𝐢𝐭𝐚 𝐞́ 𝐮𝐦𝐚 𝐠𝐮𝐞𝐫𝐫𝐚, 𝐦𝐚𝐬 𝐬𝐚̃𝐨 𝐬𝐞𝐫𝐞𝐬 𝐡𝐮𝐦𝐚𝐧𝐨𝐬. 𝐀 𝐜𝐨𝐫𝐫𝐞𝐧𝐭𝐞 𝐦𝐨𝐝𝐞𝐫𝐧𝐚 𝐝𝐞 𝐩𝐞𝐧𝐬𝐚𝐦𝐞𝐧𝐭𝐨 𝐝𝐢𝐳-𝐧𝐨𝐬 𝐪𝐮𝐞 𝐧𝐚̃𝐨 𝐡𝐚́ 𝐡𝐞𝐫𝐨́𝐢𝐬 𝐧𝐚 𝐠𝐮𝐞𝐫𝐫𝐚, 𝐬𝐨́ 𝐡𝐚́ 𝐦𝐞𝐦𝐨́𝐫𝐢𝐚𝐬 𝐝𝐞 𝐬𝐨𝐟𝐫𝐢𝐦𝐞𝐧𝐭𝐨 𝐞 𝐚𝐧𝐠𝐮́𝐬𝐭𝐢𝐚. 𝐀 𝐠𝐮𝐞𝐫𝐫𝐚 𝐧𝐚̃𝐨 𝐞́ 𝐩𝐨𝐞𝐬𝐢𝐚, 𝐞́ 𝐮𝐦 𝐩𝐞𝐬𝐚𝐝𝐞𝐥𝐨 𝐨𝐧𝐝𝐞 𝐬𝐞𝐫𝐞𝐬 𝐡𝐮𝐦𝐚𝐧𝐨𝐬 𝐦𝐚𝐭𝐚𝐦 𝐨𝐮𝐭𝐫𝐨𝐬 𝐬𝐞𝐫𝐞𝐬 𝐡𝐮𝐦𝐚𝐧𝐨𝐬, 𝐦𝐮𝐢𝐭𝐚𝐬 𝐯𝐞𝐳𝐞𝐬 𝐞𝐦 𝐦𝐨𝐦𝐞𝐧𝐭𝐨𝐬 𝐝𝐞𝐬𝐩𝐫𝐨𝐯𝐢𝐝𝐨𝐬 𝐝𝐞 𝐪𝐮𝐚𝐥𝐪𝐮𝐞𝐫 𝐡𝐮𝐦𝐚𝐧𝐢𝐝𝐚𝐝𝐞. 𝐄 𝐨𝐬 𝐪𝐮𝐞 𝐬𝐨𝐛𝐫𝐞𝐯𝐢𝐯𝐞𝐦 𝐬𝐚̃𝐨, 𝐦𝐮𝐢𝐭𝐚𝐬 𝐯𝐞𝐳𝐞𝐬, 𝐩𝐞𝐬𝐬𝐨𝐚𝐬 𝐪𝐮𝐞 𝐯𝐢𝐯𝐞𝐦 𝐚𝐭𝐨𝐫𝐦𝐞𝐧𝐭𝐚𝐝𝐚𝐬 𝐩𝐞𝐥𝐨𝐬 𝐡𝐨𝐫𝐫𝐨𝐫𝐞𝐬 𝐪𝐮𝐞 𝐭𝐞𝐬𝐭𝐞𝐦𝐮𝐧𝐡𝐚𝐫𝐚𝐦. 𝐒𝐚̃𝐨 𝐚𝐬 𝐧𝐚𝐫𝐫𝐚𝐭𝐢𝐯𝐚𝐬 𝐩𝐨𝐥𝐢́𝐭𝐢𝐜𝐚𝐬 𝐪𝐮𝐞 𝐨𝐬 𝐩𝐫𝐨𝐜𝐮𝐫𝐚𝐦 𝐜𝐥𝐚𝐬𝐬𝐢𝐟𝐢𝐜𝐚𝐫 𝐞𝐦 𝐟𝐮𝐧𝐜̧𝐚̃𝐨 𝐝𝐚 𝐩𝐫𝐨𝐩𝐚𝐠𝐚𝐧𝐝𝐚 𝐪𝐮𝐞 𝐞́ 𝐮́𝐭𝐢𝐥 𝐚̀𝐪𝐮𝐞𝐥𝐞𝐬 𝐪𝐮𝐞 𝐨𝐬 𝐞𝐧𝐯𝐢𝐚𝐫𝐚𝐦 𝐩𝐚𝐫𝐚 𝐜𝐨𝐦𝐛𝐚𝐭𝐞𝐫, 𝐞𝐦 𝐧𝐨𝐦𝐞 𝐝𝐞 𝐮𝐦 𝐢𝐝𝐞𝐚́𝐫𝐢𝐨 𝐞𝐧𝐪𝐮𝐚𝐝𝐫𝐚𝐝𝐨 𝐧𝐮𝐦 𝐦𝐨𝐦𝐞𝐧𝐭𝐨 𝐭𝐞𝐦𝐩𝐨𝐫𝐚𝐥. 𝐃𝐞𝐩𝐨𝐢𝐬 𝐦𝐮𝐝𝐚𝐦-𝐬𝐞 𝐨𝐬 𝐫𝐞𝐠𝐢𝐦𝐞𝐬 𝐞 𝐚𝐥𝐠𝐮𝐧𝐬 𝐧𝐚̃𝐨 𝐜𝐨𝐦𝐩𝐫𝐞𝐞𝐧𝐝𝐞𝐦 𝐪𝐮𝐞 𝐩𝐨𝐝𝐞𝐦 𝐭𝐞𝐧𝐭𝐚𝐫 𝐚𝐩𝐚𝐠𝐚𝐫 𝐞𝐬𝐬𝐞𝐬 𝐩𝐞𝐫𝐢́𝐨𝐝𝐨𝐬 𝐝𝐚 𝐦𝐞𝐦𝐨́𝐫𝐢𝐚 𝐜𝐨𝐥𝐞𝐭𝐢𝐯𝐚, 𝐦𝐚𝐬 𝐧𝐚̃𝐨 𝐜𝐨𝐧𝐬𝐞𝐠𝐮𝐞𝐦 𝐚𝐩𝐚𝐠𝐚𝐫 𝐚 𝐦𝐞𝐦𝐨́𝐫𝐢𝐚 𝐝𝐨 𝐬𝐨𝐟𝐫𝐢𝐦𝐞𝐧𝐭𝐨 𝐞 𝐝𝐚 𝐚𝐧𝐠𝐮́𝐬𝐭𝐢𝐚 𝐝𝐞 𝐪𝐮𝐞𝐦 𝐭𝐮𝐝𝐨 𝐭𝐞𝐬𝐭𝐞𝐦𝐮𝐧𝐡𝐨𝐮. 𝐒𝐞 𝐜𝐚𝐥𝐡𝐚𝐫, 𝐨 𝐩𝐚𝐬𝐬𝐚𝐫 𝐝𝐨 𝐭𝐞𝐦𝐩𝐨 𝐬𝐞𝐦 𝐪𝐮𝐚𝐥𝐪𝐮𝐞𝐫 𝐫𝐞𝐜𝐨𝐧𝐡𝐞𝐜𝐢𝐦𝐞𝐧𝐭𝐨 𝐩𝐞𝐥𝐨 𝐬𝐞𝐮 𝐬𝐨𝐟𝐫𝐢𝐦𝐞𝐧𝐭𝐨, 𝐩𝐞𝐥𝐨 𝐬𝐨𝐟𝐫𝐢𝐦𝐞𝐧𝐭𝐨 𝐝𝐚𝐬 𝐬𝐮𝐚𝐬 𝐟𝐚𝐦𝐢́𝐥𝐢𝐚𝐬, 𝐩𝐨𝐝𝐞 𝐢𝐧𝐭𝐞𝐫𝐞𝐬𝐬𝐚𝐫 𝐚̀𝐪𝐮𝐞𝐥𝐞𝐬 𝐪𝐮𝐞 𝐞𝐬𝐩𝐞𝐫𝐚𝐦 𝐪𝐮𝐞 𝐚𝐜𝐨𝐧𝐭𝐞𝐜̧𝐚 𝐚 𝐭𝐨𝐝𝐨𝐬 𝐨𝐬 𝐞𝐱-𝐜𝐨𝐦𝐛𝐚𝐭𝐞𝐧𝐭𝐞𝐬 𝐨 𝐪𝐮𝐞 𝐚𝐜𝐨𝐧𝐭𝐞𝐜𝐞𝐮 𝐚 𝐌𝐚𝐫𝐜𝐞𝐥𝐢𝐧𝐨 𝐝𝐚 𝐌𝐚𝐭𝐚: 𝐪𝐮𝐞 𝐚 𝐦𝐨𝐫𝐭𝐞 𝐬𝐢𝐥𝐞𝐧𝐜𝐢𝐞 𝐞𝐬𝐬𝐚 𝐞𝐱𝐢𝐬𝐭𝐞̂𝐧𝐜𝐢𝐚 𝐩𝐚𝐫𝐚 𝐬𝐞𝐦𝐩𝐫𝐞, 𝐧𝐚 𝐞𝐱𝐩𝐞𝐭𝐚𝐭𝐢𝐯𝐚 𝐝𝐞 𝐧𝐚̃𝐨 𝐭𝐞𝐫𝐞𝐦 𝐝𝐞 𝐬𝐞𝐫 𝐥𝐞𝐦𝐛𝐫𝐚𝐝𝐨𝐬 𝐝𝐞 𝐪𝐮𝐞, 𝐩𝐨𝐫 𝐩𝐫𝐞𝐜𝐨𝐧𝐜𝐞𝐢𝐭𝐨 𝐢𝐝𝐞𝐨𝐥𝐨́𝐠𝐢𝐜𝐨 𝐩𝐫𝐢𝐦𝐚́𝐫𝐢𝐨, 𝐫𝐞𝐜𝐮𝐬𝐚𝐫𝐚𝐦 𝐝𝐚𝐫 𝐚 𝐚𝐭𝐞𝐧𝐜̧𝐚̃𝐨 𝐞 𝐨 𝐚𝐩𝐨𝐢𝐨 𝐪𝐮𝐞 𝐨𝐬 𝐞𝐱-𝐜𝐨𝐦𝐛𝐚𝐭𝐞𝐧𝐭𝐞𝐬 𝐦𝐞𝐫𝐞𝐜𝐢𝐚𝐦. 𝐃𝐞𝐧𝐭𝐫𝐨 𝐝𝐞 𝟐𝟔 𝐚𝐧𝐨𝐬, 𝐏𝐨𝐫𝐭𝐮𝐠𝐚𝐥 𝐢𝐫𝐚́ 𝐜𝐞𝐥𝐞𝐛𝐫𝐚𝐫 𝐧𝐨𝐯𝐞𝐜𝐞𝐧𝐭𝐨𝐬 (𝟗𝟎𝟎!) 𝐚𝐧𝐨𝐬 𝐞𝐧𝐪𝐮𝐚𝐧𝐭𝐨 𝐧𝐚𝐜̧𝐚̃𝐨 𝐢𝐧𝐝𝐞𝐩𝐞𝐧𝐝𝐞𝐧𝐭𝐞. 𝐀 𝐑𝐞𝐩𝐮́𝐛𝐥𝐢𝐜𝐚 𝐝𝐞𝐭𝐞𝐫𝐦𝐢𝐧𝐨𝐮 𝐪𝐮𝐞 𝐨 𝐬𝐢́𝐦𝐛𝐨𝐥𝐨 𝐦𝐚́𝐱𝐢𝐦𝐨 𝐩𝐨𝐫𝐭𝐮𝐠𝐮𝐞̂𝐬, 𝐚 𝐛𝐚𝐧𝐝𝐞𝐢𝐫𝐚, 𝐭𝐢𝐯𝐞𝐬𝐬𝐞 𝐚 𝐦𝐚𝐢𝐨𝐫 𝐩𝐚𝐫𝐭𝐞 𝐝𝐚 𝐬𝐮𝐚 𝐚́𝐫𝐞𝐚 𝐜𝐨𝐦 𝐚 𝐜𝐨𝐫 𝐯𝐞𝐫𝐦𝐞𝐥𝐡𝐚. 𝐎 𝐯𝐞𝐫𝐦𝐞𝐥𝐡𝐨 𝐪𝐮𝐞 𝐫𝐞𝐩𝐫𝐞𝐬𝐞𝐧𝐭𝐚 𝐨 𝐬𝐚𝐧𝐠𝐮𝐞 𝐝𝐞𝐫𝐫𝐚𝐦𝐚𝐝𝐨 𝐩𝐚𝐫𝐚 𝐪𝐮𝐞, 𝐡𝐨𝐣𝐞, 𝐚𝐥𝐠𝐮𝐧𝐬 𝐩𝐨𝐬𝐬𝐚𝐦 𝐞𝐬𝐜𝐫𝐞𝐯𝐞𝐫 𝐝𝐢𝐬𝐩𝐚𝐫𝐚𝐭𝐞𝐬 𝐧𝐚 𝐥𝐢́𝐧𝐠𝐮𝐚 𝐝𝐞 𝐂𝐚𝐦𝐨̃𝐞𝐬. 𝐄 𝐬𝐞 𝐞𝐦 𝐯𝐞𝐳 𝐝𝐞 𝐝𝐢𝐬𝐩𝐚𝐫𝐚𝐭𝐞𝐬 𝐩𝐮𝐝𝐞́𝐬𝐬𝐞𝐦𝐨𝐬 𝐝𝐢𝐬𝐜𝐮𝐭𝐢𝐫 𝐜𝐨𝐦𝐨 𝐬𝐚𝐫𝐚𝐫 𝐞𝐬𝐭𝐚 𝐟𝐞𝐫𝐢𝐝𝐚 𝐞 𝐠𝐚𝐫𝐚𝐧𝐭𝐢𝐫 𝐪𝐮𝐞 𝐨𝐬 𝐪𝐮𝐞 𝐬𝐨𝐛𝐫𝐞𝐯𝐢𝐯𝐞𝐫𝐚𝐦 𝐩𝐨𝐬𝐬𝐚𝐦 𝐞𝐧𝐜𝐨𝐧𝐭𝐫𝐚𝐫 𝐝𝐞𝐬𝐜𝐚𝐧𝐬𝐨, 𝐝𝐚𝐧𝐝𝐨 𝐚𝐬𝐬𝐢𝐦 𝐝𝐞𝐬𝐜𝐚𝐧𝐬𝐨 𝐚 𝐪𝐮𝐞𝐦 𝐨𝐬 𝐚𝐦𝐚? 𝐄𝐬𝐭𝐚 𝐬𝐢𝐦, 𝐬𝐞𝐫𝐢𝐚 𝐮𝐦𝐚 𝐝𝐢𝐬𝐜𝐮𝐬𝐬𝐚̃𝐨 𝐡𝐮𝐦𝐚𝐧𝐚.
𝐋𝐮𝐢́𝐬 𝐍𝐞𝐰𝐭𝐨𝐧 𝐏𝐫𝐞𝐬𝐢𝐝𝐞𝐧𝐭𝐞 𝐉𝐮𝐧𝐭𝐚 𝐝𝐞 𝐅𝐫𝐞𝐠𝐮𝐞𝐬𝐢𝐚 𝐝𝐚 𝐄𝐬𝐭𝐫𝐞𝐥𝐚




segunda-feira, 1 de fevereiro de 2021

𝐂𝐎𝐌𝐁𝐀𝐓𝐄𝐍𝐓𝐄𝐒

 

𝐄𝐬𝐭𝐚𝐦𝐨𝐬 𝐚 "𝐜𝐚𝐢́𝐫" 𝐪𝐮𝐞 𝐧𝐞𝐦 𝐭𝐨𝐫𝐝𝐨𝐬, 𝐞𝐬𝐭𝐚𝐦𝐨𝐬 𝐚 𝐫𝐞𝐜𝐞𝐛𝐞𝐫 𝐚𝐬 "𝐦𝐞𝐝𝐚𝐥𝐡𝐚𝐬" 𝐝𝐞 𝐞𝐧𝐭𝐫𝐞𝐠𝐚𝐫𝐦𝐨𝐬 𝐚 𝐧𝐨𝐬𝐬𝐚 𝐣𝐮𝐯𝐞𝐧𝐭𝐮𝐝𝐞 𝐚 𝐮𝐦𝐚 𝐜𝐚𝐮𝐬𝐚 𝐩𝐞𝐫𝐝𝐢𝐝𝐚. 𝐍𝐮𝐧𝐜𝐚 𝐟𝐨𝐦𝐨𝐬 𝐫𝐞𝐜𝐨𝐧𝐡𝐞𝐜𝐢𝐝𝐨𝐬 𝐩𝐞𝐥𝐚 𝐧𝐨𝐬𝐬𝐚 𝐞𝐧𝐭𝐫𝐞𝐠𝐚 𝐞 𝐩𝐞𝐥𝐚 𝐜𝐨𝐧𝐬𝐭𝐚𝐧𝐭𝐞 𝐥𝐮𝐭𝐚 𝐩𝐚𝐫𝐚 𝐧𝐨 𝐝𝐢𝐚 𝐬𝐞𝐠𝐮𝐢𝐧𝐭𝐞 𝐞𝐬𝐭𝐚𝐫𝐦𝐨𝐬 𝐯𝐢𝐯𝐨𝐬. 𝐅𝐨𝐦𝐨𝐬 "𝐚𝐫𝐫𝐚𝐧𝐜𝐚𝐝𝐨𝐬" 𝐝𝐚𝐬 𝐧𝐨𝐬𝐬𝐚𝐬 𝐫𝐚𝐢́𝐳𝐞𝐬 𝐚𝐢𝐧𝐝𝐚 𝐚𝐝𝐨𝐥𝐞𝐬𝐜𝐞𝐧𝐭𝐞𝐬, 𝐜𝐨𝐦 𝐩𝐨𝐮𝐜𝐚 𝐦𝐚𝐭𝐮𝐫𝐢𝐝𝐚𝐝𝐞 𝐩𝐚𝐫𝐚 𝐞𝐧𝐟𝐫𝐞𝐧𝐭𝐚𝐫 𝐨𝐛𝐬𝐭𝐚́𝐜𝐮𝐥𝐨𝐬 𝐪𝐮𝐞 𝐧𝐨𝐬 𝐟𝐨𝐫𝐚𝐦 𝐚𝐩𝐚𝐫𝐞𝐜𝐞𝐧𝐝𝐨. 𝐓𝐮𝐝𝐨 𝐩𝐚𝐬𝐬𝐚 𝐦𝐚𝐬 𝐚𝐬 𝐫𝐞𝐜𝐨𝐫𝐝𝐚𝐜̧𝐨̃𝐞𝐬 𝐝𝐨𝐬 𝐪𝐮𝐞 𝐥𝐚́ 𝐞𝐬𝐭𝐢𝐯𝐞𝐫𝐚𝐦 𝐧𝐚̃𝐨 𝐬𝐞 𝐚𝐩𝐚𝐠𝐚𝐫𝐚𝐦 𝐞 𝐯𝐚̃𝐨 𝐚𝐜𝐨𝐦𝐩𝐚𝐧𝐡𝐚𝐝𝐚𝐬 𝐝𝐞 𝐮𝐦 𝐬𝐞𝐧𝐭𝐢𝐦𝐞𝐧𝐭𝐨, 𝐟𝐨𝐦𝐨𝐬 𝐜𝐚𝐫𝐧𝐞 𝐩𝐚𝐫𝐚 𝐜𝐚𝐧𝐡𝐚̃𝐨. 𝐀 𝐭𝐨𝐝𝐨𝐬 𝐨𝐬 𝐜𝐨𝐦𝐛𝐚𝐭𝐞𝐧𝐭𝐞𝐬 𝐪𝐮𝐞 𝐚𝐢𝐧𝐝𝐚 𝐫𝐞𝐬𝐢𝐬𝐭𝐞𝐦 𝐮𝐦 𝐚𝐛𝐫𝐚𝐜̧𝐨 𝐟𝐫𝐚𝐭𝐞𝐫𝐧𝐨 𝐫𝐞𝐩𝐥𝐞𝐭𝐨 𝐝𝐞 𝐚𝐦𝐢𝐳𝐚𝐝𝐞.




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01 de Março de 2008 A construção do blogue da Onzima, teve como intenção dar a conhecer a nossa vivência por terras de Angola. Dei a conh...