quinta-feira, 17 de outubro de 2019

"O TOYOTA VEIO PARA FICAR"

Alcunhas que todos nós tivemos e com a qual convivemos na vida militar.
Toyota aplicou-se a um camarada nosso, que tinha como função alimentar alguns bicharocos que por lá tínhamos, mais em concreto os porcos que eram alimentados com as sobras dos nossas lautas refeições.
Frederico Santos-Calisto-Toyota


Passados 45 anos encontrou-se com o Frederico Santos e a velha máxima ainda se mantém: " O Toyota veio para ficar".


Toyota-Frederico Santos

domingo, 13 de outubro de 2019

HOMENAGEM



Em homenagem a todos os camaradas que tombaram em solo africano e não voltaram a abraçar seus familiares. Uma revolta imensa imerge do meu coração por sentir quão injustiçados fomos por toda uma classe politica, que nos utilizaram como carne para canhão! Abraço a todos os resistentes que tentam reavivar memórias que por vezes se perdem no tempo.






quarta-feira, 9 de outubro de 2019

ALUNOS DO 12º ANO VÃO PASSAR A DISCUTIR A GUERRA COLONIAL


Somos poucos para dar voz a um capítulo da nossa história e que não pode ser esmagada pela inércia de uns tantos senhores de jaqueta. As lágrimas que todos nós derramamos em momentos difíceis e que tivemos que ultrapassar, terão que servir para lavar o sangue perdido por muitos dos nossos companheiros. A história faz-se de momentos passados, este foi um deles! Um abraço companheiros de jornada....

nova disciplina, cuja criação foi anunciada esta segunda-feira, organiza-se em torno de quatro grandes temas, entre os quais Passado Doloroso. É neste âmbito que vai ser possível discutir a Guerra Colonial portuguesa (1961-1974). “Estamos no ponto exacto para debater este assunto na sala de aula”, acredita o presidente da Associação de Professores de História (APH), Miguel Barros, elogiando a novidade que o Ministério da Educação pretende introduzir no próximo ano lectivo. Este docente acredita que os cerca de 50 anos que passam desde essa época são “o tempo certo” para que seja possível olhar criticamente para um facto histórico, destacando que há “cada vez mais relatos e trabalhos” sobre aquele período, que justificam o seu tratamento no ensino secundário.“O desconhecimento da realidade histórica pode conduzir à instrumentalização do passado”, justifica a Direcção-Geral de Educação no documento com as aprendizagens essenciais de História, Culturas e Democracia, que foram publicadas esta segunda-feira

segunda-feira, 24 de junho de 2019

GUERREIRO DE UMA VIDA

Louvor na guerra pela sua coragem e determinação, e na sua vida um homem de causas nobres. Os homens de H grande serão sempre dignos de louvores pela sua lealdade para com os outros!




José Carlos Ventura Almeida Coelho



terça-feira, 11 de junho de 2019

HONRA E GLÓRIA


Caçadores 3411.

Armando Silva de Jesus
Soldado Atirador de Infantaria, n.º 17320271
Companhia de Caçadores 3411
(Batalhão Independente de Infantaria 19)




 Embarcou no NTT «Vera Cruz», no dia 31 de Julho de 1971, com destino àquela Província Ultramarina.
Faleceu, no dia 22 de Janeiro de 1973, a norte do Songo, região de Quivuenga, vítima de ferimentos em combate,
Está inumado na campa n.º 23, do Talhão Militar, do cemitério de Santa Ana, em Luanda, Angola.
Cruz de Guerra, de 3.ª classe
(Título póstumo)



Os restos mortais de pelo menos 1.000 antigos militares portugueses que morreram em Angola entre a I Guerra Mundial e a guerra colonial, estão sepultados em dois cemitérios da província de Luanda, segundo um levantamento das autoridades locais.

O ministro da Defesa de Portugal, João Gomes Cravinho, que realiza desde terça-feira uma visita de trabalho de três dias a Luanda, visitou hoje o cemitério do Alto das Cruzes, depois do encontro que manteve, terça-feira com o ministro angolano dos Antigos Combatentes e Veteranos da Pátria, João Ernesto “Liberdade”, com o qual abordou o processo sobre a homenagem que as autoridades portuguesas pretendem fazer aos militares que morreram em Angola.

3.ª CLASSE (Título póstumo)


Transcrição do Despacho publicado na OE n.º 7 — 3.ª série, de 1974.


Agraciado, com a Cruz de Guerra de 3.ª classe, nos termos do artigo 20.º do Regulamento da Medalha Militar, promulgado pelo Decreto n.º 566/71, de 20 de Dezembro de 1971, por despacho do Comandante-Chefe das Forças Armadas de Angola, de 9 de Agosto de 1973, a título póstumo, o


Soldado de Infantaria, n.º 17320271, Armando Silva de Jesus, da Companhia de Caçadores n.º 3411 - Batalhão Independente de Infantaria n.º 19.


Transcrição do louvor que originou a condecoração.


(Publicado na OS n.º 73, de 07 de Setembro de 1973, do Quartel General da Região Militar de Angola (QG/RMA):


Por seu despacho de 9 de Agosto de 1973, o Comandante-Chefe louvou, a título póstumo, o Soldado de Infantaria, n.º 17320271, Armando Silva de Jesus, da Companhia de Caçadores n.º 3411 - Batalhão Independente de Infantaria n.º 19, porque, tendo o inimigo montado uma emboscada à equipa de combate onde ia integrado, da qual resultou ter recebido ferimentos muito graves, de que veio posteriormente a falecer, conseguiu incutir espírito de agressividade a todos os seus camaradas, demonstrando grande coragem debaixo de fogo inimigo, galvanizando-os com o seu exemplo e incitando-os a que levassem a sua arma para que o inimigo dela não se apoderasse.


Na sua actuação debaixo de fogo inimigo revelou espírito de sacrifício, sangue-frio e serena energia debaixo de fogo.


O Soldado Jesus, que era já elemento estimado e considerado pelos seus camaradas e superiores, creditou-se como um combatente valoroso que muito honrou e prestigiou o Exército que serviu abnegadamente. 



quarta-feira, 20 de fevereiro de 2019

QUEM FOMOS?




Todos os combatentes partiram, mas muitos deles não tiveram o privilégio de chegar. Tombaram na terra vermelha manchada pelo sangue que derramaram. Hoje a um ritmo alucinante estamos a cair como folhas caducas que se desprendem da árvore frondosa que lhes deu vida.


sábado, 19 de janeiro de 2019

O AMOR DE MÃE

“Pedia a V.ª Ex.ª, pela sua saúde, já que não tive a sorte de trazerem o meu filho vivo, peço-lhe que mo mandem mesmo morto. Para eu o adorar e rezar ao pé daquele bom querido filho. Peço imensa desculpa a V.ª Ex.ª destas minhas tristes palavras, mas a dor é tão grande que não sei onde hei-de respirar. O nome do meu filho é Francisco da Luz Carloto.”
Aniceto Afonso e Carlos Matos Gomes constatam na sua obra que, das 2238 baixas ocorridas entre 1961 e 1966, na altura, só foram trazidos para Portugal 326 corpos, o que representava apenas cerca de 15% do total de mortos desse período. Era visível que os custos eram o grande obstáculo porque de Moçambique, onde a despesa era maior, só vieram 5,5% dos corpos, de Angola 12,9% e da Guiné, por ser um pouco menos oneroso, um pouco mais, 27,2%.




quarta-feira, 10 de outubro de 2018

OS BATE ESTRADAS (AEROGRAMAS)

Foi, incontestavelmente, durante o longo período de duração da Guerra Colonial, o meio de comunicação que mais encheu as Estações de Correios, os porões dos aviões, os altos e espelhados edifícios do SPM (Serviço Postal Militar), as malas de cabedal e os braços dos carteiros, espalhando-se por cidades e pelas aldeias mais recônditas. O Aerograma foi escrito e lido à mesa do rico e do pobre. Passou por cadeias e hospitais. Aos civis era distribuído na cor azul e aos militares na cor amarela. O seu custo avulso era de $30 (três tostões). Correu mundo este papel fino e desdobrável portador de notícias, sentimentos, alegrias e tristezas. Para além das letras, muitas vezes esborratadas pelos salpicos inevitáveis das lágrimas descuidadas, neles eram inscritos e desenhados lindos poemas e figuras, as quais expressavam os mais diferentes estados de alma.
Acabariam guardados em baús, gavetas ou malas, retendo sufocados, para a eternidade, memórias da verdadeira, da autêntica história vivida por toda uma população que sofreu na alma e na carne as dores intermináveis da guerra. Muitos deles escondiam por detrás das metáforas ou frases subentendidas coisas que se receava viessem a ser alvo da censura pidesca.








  

quinta-feira, 9 de agosto de 2018

quinta-feira, 26 de julho de 2018

GANHAR DINHEIRO...UMA VIDA


Fomos para a guerra sem pensar em dinheiro, queríamos era acordar no dia seguinte a mexer e com saúde, no entanto no final de cada mês sabia sempre bem receber uns tostões. Existia uma disparidade de valores entre os praças, sargentos e oficiais, no entanto nunca foi motivo para discórdias, falava-se mas objectivamente o importante era estarmos e manter-nos vivos.
Como termo de comparação aqui deixo um recibo do meu vencimento em Angola e um posterior já na vida civil como o meu primeiro emprego.......






segunda-feira, 23 de julho de 2018

A "NOSSA" CASA.....

O município do Songo dista a 40 quilómetros a Norte da cidade do Uíge, tem dois mil 800 quilómetros distribuídos em uma comuna (Kinvuenga), 13 regedorias, 81 aldeias, 14 bairros e conta com uma população de 62 mil 362 habitantes, segundo os dados do Censo Geral da População e Habitação realizado em 2014.
Neste local, hoje completamente degradado vivemos 27 meses da nossa vida. Um longínquo percurso cheio de imponderáveis, visto que vivíamos um dia de cada vez, o amanhã era incerto!




sábado, 21 de julho de 2018

LAÇOS de SANGUE








Os tempos mudam, e as gerações também, só os sentimentos e as emoções perduram. Um retrato de uma época que deixou mazelas profundas em jovens que sonhavam com um mundo diferente, para melhor.....

segunda-feira, 7 de maio de 2018

METAMORFOSES

Metamorfose é a mudança considerável que ocorre no caráter, no estado ou na aparência de uma pessoa.
Ilídio Fernandes Aguiar
1º Cabo Atirador
01641271





Aconteceu com todos os que estiveram na Guerra e de lá regressaram com vida.
Hoje ao fazermos um retrocesso no tempo, ficamos surpreendidos com a transformação efectuada através dos tempos. Acabamos todos da mesma maneira no entanto não é fácil encararmos a nossa capitulação. Abraço forte a todos aqueles que ainda "resistem".....

sábado, 5 de maio de 2018

MÃES DE UMA GUERRA

Hoje velhos e cansados, só temos recordações e saudade de todos aqueles que perdemos ao nosso redor clamando por um último pedido...Mãe entrego-me em teu regaço! Este país desmembrado que desprezou toda uma juventude, que verteu o seu sangue em terras de África, não mereceu o nosso esforço!


 

quinta-feira, 26 de abril de 2018

"FLECHAS"

MPLA chacinou um quarto dos "Flechas" após fim da guerra colonial em Angola revela historiador

Cerca de 25% dos mais de 2.000 "flechas" angolanos, que lutaram ao lado de Portugal, foram "chacinados" pelo MPLA nos primeiros sete meses após o fim da guerra colonial portuguesa em Angola, indicou hoje um historiador norte-americano.

John P. Cann, entrevistado pela agência Lusa a propósito do seu mais recente livro "Os Flechas -- Os Caçadores Guerreiros do Leste de Angola -- 1965/74", publicado pela editora Tribuna da História, indicou que só numa operação, realizada em Mavinga, na província de Cuando-Cubango (sudeste), as forças do Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA) abateram 130 bosquímanos.





OUTRORA

01 de Março de 2008 A construção do blogue da Onzima, teve como intenção dar a conhecer a nossa vivência por terras de Angola. Dei a conh...