sábado, 21 de fevereiro de 2009

ÁRVORES / MADEIRA

Por terras de Angola ,os nossos olhos ficaram em êxtase com tanta vegetação luxuriante.Ficam para recordar três espécimes das mais importantes:


A Mulemba é a árvore real Angolana, já que à sua sombra se reuniam os chefes e Reis. Era nestas seculares árvores que os miúdos da escola iam colher o visco (a seiva é leitosa e muito adesiva) para colocar estratégicamente na ponta de uma vara, que dissimulavam muito bem no meio da folhagem das árvores, para apanharem pássaros que depois colocavam em gaiolas. Era também debaixo de algumas destas árvores, sempre frondosas e que existiam junto das residências dos Sobas.Estes reuniam os séquitos dos seus sobados para resolverem todas as “macas” (problemas) que existiam, fossem elas de que natureza fosse.
Embondeiro: Grande árvore bombacacia das regiões tropicais, também chamada adansonia e baoba. Os baobás, embondeiros, imbondeiros ou calabaceiras (Adansonia) são um gênero de árvore com oito espécies, nativas da ilha de Madagáscar (o maior centro de diversidade, com seis espécies), do continente africano e da Austrália (com uma espécie em cada).As espécies alcançam alturas entre de 5 a 25 m (excepcionalmente 30m), e até 7 m no diâmetro do tronco (excepcionalmente 11 m). Destacam-se pela capacidade de armazenamento de água dentro do tronco, que pode alcançar até 120.000 litros.


A Mafumeira ou árvore da sumaúma (Ceiba pentandra) é uma planta tropical. A planta é conhecida também por algodoeiro.O chá de casca de Mafumeira, é usado como diurético, afrodisíaco, para as dores de cabeça e para tratar as diabetes do tipo II. A casca também é usada como aditivo para algumas versões da bebida alucinogénia Ayahuasca.

quinta-feira, 5 de fevereiro de 2009

VIAS DE COMUNICAÇÂO



Em 1961, ano do início das acções de guerrilha em Angola, existiam, neste país, cercade 36.000 quilómetros de estradas. Em 1974, a rede viária tinha ultrapassado os
80.000 quilómetros, 12 por cento dos quais asfaltados. Durante os três primeiros anos a acção de construção e manutenção de rodovias esteve inteiramente entregue ao Batalhão de Engenharia que, em 1964, deu origem ao Agrupamento de Engenharia de Angola. Na fase posterior do conflito, a Junta Autónoma de Angola trabalhou estreitamente com a entidade militar, tendo-se conseguido atingir a média de construção de  1.100 quilómetros de estradas por ano.




sexta-feira, 30 de janeiro de 2009

Uma Máquina entre "Máquinas"




A história da máquina que processou o salário dos militares portugueses, a IBM 1400, é ainda hoje recordada. 
O Exército português usou-a durante a guerra colonial e até instalou uma em Angola. Era um excelente computador, que serviu, por exemplo, para processar os salários dos militares. Chamava-se IBM 1400, funcionava com cartões perfurados e ainda tinha muito de mecânica. 
Chamam-lhe IBM 1400 por ser esse o nome da sua série. Mas o computador usado pelo Exército era o IBM 1401, "a primeira máquina do mundo com capacidade intrínseca de processamento.
A sua capacidade de armazenamento é hoje motivo de gargalhada, pois apenas podia guardar quatro kilobytes (KB) de informação (uma disquete, das que já quase não se usam, permite guardar 1,5 megabytes...e um megabyte são 1000 kilobytes).
Só com quatro KB de memória, a IBM 1401 processava os vencimentos de mais de 100.000 militares que estavam em Angola, Moçambique e Guiné. A determinada altura do mês, a secção de preparação de vencimentos recolhia as informações dos militares, onde constavam as alterações. Depois, era preenchido para cada militar um impresso com a imagem do cartão perfurado que depois seria lido pelo computador, um trabalho realizado por cerca de 30 mulheres. Finalmente, essa informação era verificada e depois processada pela IBM 1401, à qual estava ligada uma impressora e uma leitora de cartões perfurados.
Esses cartões são uma espécie de antepassados das disquetes e CD de hoje, pois era lá que estava guardada a informação. Os furos, em locais específicos, tinham um significado interpretado pela máquina para fazer os cálculos.
Com o aspecto de um armário, a IBM 1401 lia os cartões (dois) por cada militar, um com a informação geral e outro com as alterações daquele mês, fazia os cálculos, emitia os mapas de vencimento por unidades e imprimia os envelopes com o nome, o posto e a quantia a receber.
Calculava ainda as chamadas "pensões na metrópole", que os militares pretendiam fazer chegar aos familiares.
Era, inclusive, uma máquina cara. O Exército alugou-a por cerca de 300 contos por mês (1500 euros). 

sexta-feira, 23 de janeiro de 2009

ESFARRAPADOS


Pela vizualização da foto, podemos aferir a dureza da refrega com o "inimigo".
Após a chegada ao Quivuenga, foi solicitada a presença do fotógrafo do "dia", afim de retratar os heróis quase em "pêlo". Os vestígios de sangue não são visíveis, pois tinha chovido torrencialmente um pouco antes, e as feridas foram "levadas"!!!

segunda-feira, 12 de janeiro de 2009

RAMALHO O ELECTRECISTA

Foi um dos elementos civis do Songo, que mais se integrou na relação civil/militar.
Além de ser projeccionista dos filmes que passavam no CDRS(Clube Desportivo e Recreativo do Songo),duas a três vezes por semana, era ainda o homem que controlava o grupo de geradores Lister que "alimentava" de energia a vila do Songo.
A amizade perdurou no tempo, e hà alguns anos atrás, tive a grata surpresa de ser convidado para visitar a sua casa, em Mogofores, e participar com a restante família, na degustação de um saboroso leitão, que ficou retratado para a posteridade.

segunda-feira, 5 de janeiro de 2009

ANO NOVO


Ano novo, vida nova é um "velho" ditado do tempo dos nossos bisavós no entanto a veracidade dos mesmos vai-se esbatendo com o passar dos tempos, e salvam-se alguns como o caso do "mudam-se os tempos, mudam-se as vontades". Como tal só quero que o Ano que já entrou não seja tão negativo como a foto que junto ao texto,e desejo a todos aqueles que "perdem" um pouco do seu tempo a visitar o blogue, um Ano cheio de coisas "boas".

domingo, 28 de dezembro de 2008

O CAFÉ




O Café é por excelência um riqueza, que durante a administração colonial portuguesa contribuiu substancialmente para o desenvolvimento da então província de Angola. A província do Uíge, situada no norte do país, com uma extensão de 58.698 km2 foi a principal produtora e, nos últimos anos, antes da independência nacional, contribuía com cerca de 30 por cento no orçamento da administração colonial.
No entanto, a criação de empresas territoriais depois da independência deu novo impulso para a produção do café, que começou a decair nos anos 86 com o agravamento do conflito armado a nível do país.
Hoje, a produção do café na província do Uíge corre risco de extinção, a julgar pelo derrube sistemático de grandes fazendas cafeícolas em substituição de outras culturas de rápido rendimento, nomeadamente mandioqueiras, bananeiras, e feijoeiros.
A produção de café exige recursos financeiros avultados para garantir uma boa colheita. Produtos como o milho, mandioca, feijão,batata, banana e abacaxi, tornam-se uma alternativa, pois são vendáveis a qualquer momento
Nas grandes fazendas, como a de Pumba Loji, Candande Loé, São Jorge, Congo agrícola....Songo II Maonde, que antes numa colheita rendiam mais de 10 mil toneladas de café mabuba (café com casca), hoje a produção não passa das 150 toneladas.





terça-feira, 16 de dezembro de 2008

"BURROS DO MATO"



Era o nome de baptismo dos célebres Unimogs 411. Estiveram presentes nas três frentes de combate da guerra do Ultramar. Tinham como característica principal vencer as íngremes "picadas" que rumavam em direcção ao infinito.
O 411 assim como o seu irmão maior 404, era uma espécie de «burro de carga» e «pau-para-toda-a-obra» nos cenários africanos onde foi utilizado operacionalmente por Portugal. Desde veículo de ligação, transporte de comida, correio e feridos, até transporte de tropas, fez de tudo. O fabricante tinha mesmo uma versão especifica para Portugal, a que chamou UNIMOG 411.115 e que era desprovido de quaisquer luxos e absolutamente rústico, incluindo nalguns casos um guincho mecânico frontal.
Ao serviço do exército português, cada UNIMOG transportava até 10 homens, em patrulhas (felizmente o português médio na altura era menor que o português médio dos dias de hoje) e a sua posição elevada, e de costas com costas, permitia aos militares detectar movimentos nas proximidades. Em caso de emboscada, a tripulação não tinha qualquer tipo de proteção, baseando-se esta, na capacidade de o militar saltar tão rapidamente quanto possivel para a frente (do veículo para o chão).
Esta vantagem táctica, no entanto, já não era tão evidente no norte de Angola, ou na Guiné, onde a floresta tropical tornava a progressão na selva quase cerrada, uma tarefa extremamente dificil, e onde estar numa posição mais elevada não tinha grandes vantagens.
O conceito do UNIMOG, começou a tomar forma na Alemanha ainda antes do fim da II guerra mundial. Ele não era no entanto um veículo militar, mas sim uma espécie de tractor rural, a que seriam acoplados equipamentos agricolas.
Por isso, ele estava equipado com um motor muito pouco potente, capaz de desenvolver apenas inicialmente apenas 25 cv.
Eles tinham um motor a Diesel que embora resistente vivia em grande medida da desmultiplicação da caixa de velocidades, fazendo com que o veículo se conduzisse muito tempo em 1ª e 2ª, onde se obtinham as melhores prestações. Isto implicava um consumo elevado, e ao mesmo tempo permitia sempre identificar a presença de um UNIMOG pelo seu ruido característico de motor.

terça-feira, 9 de dezembro de 2008

MADEIRA / MADEIRENSES



A ilha da Madeira começou a ser povoada por volta de 1432/33. A primeira vez que as palavras ILHA DA MADEIRA surgem escritas é num documento de 23 de Setembro de 1433, D. Duarte acaba de assumir o trono e doa ao seu irmão Infante D. Henrique as ilhas da Madeira e Porto Santo. Dois anos mais tarde o Bispo de Burgos alega no Concílio de Basileia: "Ilha da Madeira, que de há pouco tempo a esta parte começou a ser povoada por alguns portugueses".
O arquipélago da Madeira apresenta um conjunto de cenários naturais que variam entre peculiares fajãs, montanhas e penhascos envoltos em finas névoas e montes vestidos a verde esmeralda.
É na exuberância da paisagem que se encontra um dos maiores atrativos turísticos da ilha da Madeira. A sua luxuriante vegetação continua a fascinar todos aqueles que mantêm um forte relacionamento com a natureza.
Este arquipélago, inserido na região biogeográfica da Macaronésia, detém um património natural de elevada importância científica, o qual foi reconhecido pela UNESCO como Património Natural Mundial. Sua origem é vulcânica, fica no oceano Atlântico a 32º de latitude norte e 17º de longitude oeste é formado pelas ilhas da Madeira, Porto Santo, Desertas e Selvagens.
A mais importante destas é a Madeira com o comprimento de 57 Km e largura de 22 Km. Com uma população de cerca de 260.000 habitantes a ilha é montanhosa e tem um clima mediterrânico com características sub-tropicais possuindo uma grande variedade de fauna e flora indígena e rara. A sua economia assenta sobretudo na indústria turística, artesanato (bordados, vimes,etc...),flores e frutos tropicais e o tão afamado Vinho Madeira.
Das seis cidades madeirenses ( Funchal,Porto Santo,Machico, Câmara de Lobos, Santa Cruz e Santana) o Funchal , situado na costa sul, é a capital e a cidade mais populosa com cerca de 120.000 habitantes.
Teria que, indubitavelmente, "chamar" a Madeira para o blog da C.Caç. 3411, e isto, devido ao facto da maioria dos militares que a compunham, serem oriundos da bela ilha, tendo sido mobilizados na altura pelo BII19, sediado no Funchal.
Estávamos na mesma guerra, percorrendo os mesmos trilhos, no entanto alguns não chegariam ao termo do percurso. Entre todos aqueles que me ficaram na memória,relembro com saudade o "Caganeira" e o "Velhinho".

quarta-feira, 26 de novembro de 2008

NA ROTA DO SONGO



Durante os treze anos que "durou" a guerra colonial, estiveram aquartelados no Songo milhares de militares. Após uma pesquisa exaustiva consegui elaborar uma lista de todas as Companhias e Batalhões que por lá "passaram" em missão de guerra/paz.
1961/62-Companhia Caçadores----97, Companhia Caçadores----127,Batalhão Caçadores------155 ,Batalhão Caçadores-------156,Pelotão Morteiros---------14, Pelotão Canhões-----------9,Destacamento Manutenção Material-204-1963-Companhia Caçadores---464,Companhia Artilharia.... 493-1964-Pelotão de Canhões----894-1965-Companhia Caçadores-----758,Companhia Caçadores----1432-1967-Companhia Caçadores----1740-1969-Companhia Artilharia----2573-1971-Companhia Caçadores----2569,Companhia Caçadores----3411-1973-Companhia Artilharia----6553,CIFA/RMA(Comando Independente Forças Angola).

sexta-feira, 21 de novembro de 2008

TRANSMISSÕES


Palavras que por vezes se dispersavam no éter,mas no essencial chegavam sempre ao seu destino. Na maioria das vezes pedindo auxílio (S.O.S.) e noutras uma mera troca de palavras,algumas de apoio, outras de ataque, tendo sempre em comum a distância que separava os intervenientes.
Os rádios objectivamente tiveram uma importante missão na nossa guerra, mas sem um número indeterminado de homens ligados ás comunicações(Transmissões,Rádio-Telegrafistas e Criptos) ela teria sido muito mais caótica e aniquilante.
Deixo aqui o meu tributo a todos aqueles que tão bem desempenharam a sua função, especialmente aos da minha companhia: Calado,Rato,Vieira,Coelho,Lopes,Abílio,José Luís,Aurélio,Marquês,Domingos Martins e o Andrez Martins.




sexta-feira, 31 de outubro de 2008

CONTAGEM DECRESCENTE

A imagem dá-nos a ideia de que faltariam apenas 49 dias para sermos"rendidos" pela companhia de "maçaricos" que estaria óbviamente para chegar, no entanto a realidade seria bem diferente. O prazer que tinhamos de "eliminar" mais um dia daquele painel era mais um passo para a nossa "liberdade".
Infelizmente a contagem foi ampliada em mais ou menos dois meses, o que tornou angustiante a espera por tão almejada data. A incerteza permaneçeu sempre em aberto, esperando que de um qualquer golpe de magia fosse "despejada" no Songo a companhia que iria ocupar o "nosso" lugar.

terça-feira, 7 de outubro de 2008

"QUEIMADAS"


Noites sem fim tentando encontrar pensamentos dispersos, que vagueavam no nosso imaginário. Com o olhar fixo na distãncia, viajávamos em sonhos repletos de fantasias procurando atingir o zénite, a escuridão abraçava-nos e adormecia-nos no seu torpor. No entanto de repente a metamorfose aconteçe, da escuridão da noite nascem labaredas gigantes de um vermelho intenso e quente e ás quais os nossos olhos custam a adaptar-se, ficávamos estarrecidos com a grandiosidade do espectáculo, e o horizonte ia gradualmente desapareçendo, consumido pelas labaredas gigantes que subiam em direcção ao céu, como que transportando os nossos pensamentos.A noite acabava por dar lugar ao dia, mas o fogo, esse continuava imparável a devorar avidamente tudo o que o rodeava.

sexta-feira, 3 de outubro de 2008

TETA LANDO


Conhecemo-nos nos bancos da Escola Industrial Machado de Castro nos anos sesssenta. Natural de Angola,da antiga provincia de Huíge, era uma pessoa que se diferenciava já naquela altura, mas no essencial era amigo dos seus amigos.
Perdi-lhe as pisadas na voragem do tempo, tendo só há alguns anos atrás, sido informado da sua luta pela cultura Angolana, que se desenvolvia mais objectivamente na area da música(músico e compositor), tendo por muitos anos como "base" a cidade de Paris, por onde permaneceu longas temporadas.
Infelizmente esta semana fui informado do seu falecimento, perdeu-se por isso um dos ícones da cultura angolana. Esteja onde estiver paz á sua alma e um obrigado pelo que fez em prol da cultura entre os povos.
 -Alberto Teta Lando, natural de M'Banza Congo, onde nasceu em 1948 era oriundo de familia numerosa, com 32 filhos.
Escreveu a sua primeira música em 1964 e dois anos depois com a publicação do primeiro LP passou a integrar o grupo restrito dos melhores músicos angolanos.
Exilado em Paris entre 1978 e 1989, por ser confesso seguidor de Holden Roberto, regressa para integrar o Festival Nacional da Cultura (Fenacult), em Luanda.
Ao longo da sua vasta carreira de 44 anos obteve êxitos inesquecíveis como "Negra de carapinha dura", "Eu vou voltar" ou "Um assobio meu".
O seu último trabalho "Memórias" é uma colectânea das músicas escritas ao longo da sua carreira.
Ocupou desde 2006 o cargo de presidente da UNAC (União Nacional dos Artistas e Compositores).
Era casado e pai de três filhos.

OUTRORA

01 de Março de 2008 A construção do blogue da Onzima, teve como intenção dar a conhecer a nossa vivência por terras de Angola. Dei a conh...