sexta-feira, 30 de janeiro de 2009

Uma Máquina entre "Máquinas"




A história da máquina que processou o salário dos militares portugueses, a IBM 1400, é ainda hoje recordada. 
O Exército português usou-a durante a guerra colonial e até instalou uma em Angola. Era um excelente computador, que serviu, por exemplo, para processar os salários dos militares. Chamava-se IBM 1400, funcionava com cartões perfurados e ainda tinha muito de mecânica. 
Chamam-lhe IBM 1400 por ser esse o nome da sua série. Mas o computador usado pelo Exército era o IBM 1401, "a primeira máquina do mundo com capacidade intrínseca de processamento.
A sua capacidade de armazenamento é hoje motivo de gargalhada, pois apenas podia guardar quatro kilobytes (KB) de informação (uma disquete, das que já quase não se usam, permite guardar 1,5 megabytes...e um megabyte são 1000 kilobytes).
Só com quatro KB de memória, a IBM 1401 processava os vencimentos de mais de 100.000 militares que estavam em Angola, Moçambique e Guiné. A determinada altura do mês, a secção de preparação de vencimentos recolhia as informações dos militares, onde constavam as alterações. Depois, era preenchido para cada militar um impresso com a imagem do cartão perfurado que depois seria lido pelo computador, um trabalho realizado por cerca de 30 mulheres. Finalmente, essa informação era verificada e depois processada pela IBM 1401, à qual estava ligada uma impressora e uma leitora de cartões perfurados.
Esses cartões são uma espécie de antepassados das disquetes e CD de hoje, pois era lá que estava guardada a informação. Os furos, em locais específicos, tinham um significado interpretado pela máquina para fazer os cálculos.
Com o aspecto de um armário, a IBM 1401 lia os cartões (dois) por cada militar, um com a informação geral e outro com as alterações daquele mês, fazia os cálculos, emitia os mapas de vencimento por unidades e imprimia os envelopes com o nome, o posto e a quantia a receber.
Calculava ainda as chamadas "pensões na metrópole", que os militares pretendiam fazer chegar aos familiares.
Era, inclusive, uma máquina cara. O Exército alugou-a por cerca de 300 contos por mês (1500 euros). 

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