


Era certo e sabido que redundavam normalmente em excessos imputáveis ao Deus Baco, a origem para estes excessos tinha como objectivo, esquecermo-nos de tudo o que deixáramos á distância de um oceano.
É evidente que nós ansiavamos pela chegada do final do mês para receber a "choruda" quantia,inerente ao valor do nosso Pré/Soldo.
Lembro-me que na recruta efectuada na E.P.C. em Santarém, partimos alguns vidros da caserna numa mera brincadeira de arremeso de "botas da tropa" tipo granadas ofensivas.Quando chegou o final do mês e todos em formatura na parada, prontos para receber o tão ansiado "money", ficámos de mãos a abanar, e ainda com o ónus de devedores para com o Estado de(1$70),que nos iria ser descontado no mês seguinte, isto porque nos tinham subtraído as despesas da colocação dos vidros.
Em Angola já nos tornámos em "mercenários", e podiamos gastar o vencimento que auferiamos(uma parte) nas várias discotecas e pubs existentes no Songo.
Deixo aqui ficar como recordação o meu recibo de vencimento, idêntico ao de muitos outros emitidos na altura.
Uma bela noite tivemos a ideia genial de fazermos uma patuscada, mas faltava o principal. o "material". Logo uma ideia germinou no cérebro de alguns "ferrugentos", casos do Óscar,Velez,Gouveia e de mim próprio.
-E se fôssemos fazer uma emboscada ao redil do açougueiro?
E se assim pensámos, logo o pusemos em execução. Sentei-me no velhinho Jeep Willys e mandei avançar a tropa de élite, a meu lado sentou-se o Gouveia e no banco traseiro o Óscar e o Velez, e lá arrancámos já noite cerrada em direcção á sanzala, com as luzes do jeep apagadas. Em pouco tempo estávamos no local da acção, o Velez saltou com agilidade do Jeep, tendo na sua mão direita bem apertada, a faca de mato pronta a desferir os golpes necessários para abater o "inimigo". Logo que se embrenhou no redil, apertou contra o peito um belo cabrito, e encomendou-lhe a alma ao diabo. Rápidamente voltámos ao quartel e entregámos a encomenda ao n/cozinheiro Cunha, que logo o colocou num tabuleiro para o "cremar" no forno. A festa durou toda a noite, acompanhada pela saborosa Cuca e Nocal, as loirinhas de Angola.
No dia seguinte já circulava na vila o boato de que os "turras" tinham assaltado o redil, tendo levado consigo algumas cabras, é evidente que nem em sonhos o "pobre" do talhante pensaria que tinhamos sido nós.
01 de Março de 2008 A construção do blogue da Onzima, teve como intenção dar a conhecer a nossa vivência por terras de Angola. Dei a conh...