sábado, 6 de maio de 2017

O ESQUECIMENTO.....

«A escolha da designação da guerra que os portugueses travaram entre 1961 e 1975 não é inocente e, como se tornou um motivo de polémica, ainda menos inocente é. No entanto, penso que não é tão importante como isso, nem precisa de suscitar grandes exaltações, à medida que o tempo vai assentando. Na verdade, a guerra no Ultramar foi uma guerra colonial, e não há modo de lhe dar a volta se tratarmos apenas do conteúdo. Começou como guerra colonial, desenvolveu-se como guerra colonial, gerou as tensões no Ultramar e na metrópole típicas de uma guerra colonial, atingiu soldados, colonos brancos e guineenses, moçambicanos e angolanos, como uma guerra colonial, levou à queda de uma ditadura por ser uma guerra colonial, logo perdida à cabeça e sem solução militar, acabou como uma guerra colonial, e continuou, nas suas sequelas de guerra civil, como acontece com os efeitos de uma guerra colonial.

Para quem se lhe opôs, desde os desertores, os refractários, os militantes contra a guerra nas escolas e fábricas, os partidos clandestinos que combatiam a ditadura, ninguém a designa a não ser como guerra colonial. Para os nacionalistas africanos que combateram com armas as Forças Armadas Portuguesas, também não lhes passa pela cabeça chamar à guerra outra coisa que não colonial. Penso, com o risco deste tipo de previsões, que ficará na História como guerra colonial, pelo simples facto de ter sido… uma guerra colonial.

Mas há outro lado: muitas centenas de milhares de portugueses combateram na guerra, muitas mães, namoradas e esposas conheceram a espera sobressaltada e o sofrimento com mortes, feridos e feridas, algumas das quais nunca sararam. Ouvi recentemente alguns depoimentos de soldados, e das mulheres que esperavam, e percebe-se muito bem porque a designação guerra colonial os incomoda, mesmo que, ao falarem da sua experiência militar, se perceba até que ponto foram forçados a fazerem-na, sofreram ao fazerem-na, e olham para ela com uma perspectiva muito mais crítica do que muitos opositores à guerra são capazes de ter. Por uma razão simples, eles fizeram-na e precisam, pela sua dignidade e identidade, que o seu esforço e risco não seja minimizado ou apoucado, pela parte que lhes cabe na condenação moral que tem a designação de guerra colonial. Eu nunca designaria a guerra a não ser como colonial, se à minha frente estivessem os seus responsáveis políticos e militares, nem os seus defensores actuais, mas não me incomoda vê-la designada como sendo do Ultramar por estes homens e mulheres. Até porque, de todos os que ouvi, nenhum achava que a guerra tinha sido justa, nenhum correu para a guerra porque acreditava nas virtudes do império, nenhum escondia as violências e os excessos e mesmo alguns sublinhavam como a guerra lhes destruiu quer a vida que desejavam ter, quer a que tiveram.




É também por isso, é que penso que o Estado e a comunidade lhes devem aquilo que nos países que conheceram grandes guerras, como os EUA e o Reino Unido, é o reconhecimento dos seus veteranos, e o esforço de os apoiar na sua vida tantas vezes difícil. E honrá-los como devem ser honrados porque a justiça e a injustiça das guerras que um país trava não ficam como julgamento moral dos que as combateram, mas sim naqueles que as decidiram.»

quinta-feira, 30 de março de 2017

MONUMENTOS AOS COMBATENTES

A guerra colonial terminou há mais de quatro décadas, mas em Portugal continuam a inaugurar-se monumentos de homenagem aos militares mortos e já rondam os 300
Entre 1974 e 2003 foram erguidos 52 desses monumentos e que as restantes duas centenas e meia foram inauguradas nos últimos 13 anos .Por iniciativa das populações, das juntas de freguesia, das câmaras municipais e da Liga dos Combatentes ou dos seus 112 núcleos espalhados pelo país ,é a expressão de um sentimento profundo nacional acerca do que foi a guerra colonial e dos sacrifícios que o povo português fez nesse conflito".

Os dados oficiais indicam que a guerra colonial matou cerca de nove mil militares em Angola, Guiné e Moçambique, deixando ainda dezenas de milhares de soldados feridos e com deficiências de vários graus.


     IREMOS ATÉ ONDE A PÁTRIA FOR, 
E SEJA EM PAZ, 
OU SEJA EM GUERRA, 
QUE ESTE CLAMOR 
VIBRE IMORTAL, 
DE MAR EM MAR, 
DE SERRA EM SERRA: 
PORTUGAL! PORTUGAL! PORTUGAL!  

HINO DO EXÉRCITO, 1945, 
LETRA DE ADOLFO S. MULLER

sexta-feira, 20 de janeiro de 2017

UM DOS QUE NÃO VOLTOU...

Um dos nossos companheiros que tombou ao serviço da pátria por uma causa sem nexo. Foi abandonado numa parcela de terra de cor vermelha, talvez misturada com o seu próprio sangue. Caiu sem poder se despedir dos que o amavam e o perderam para sempre.
Hoje passados 44 anos já pouco resta da sua campa, e não tardará o seu desaparecimento total. Os sucessivos governos nunca tiveram vontade política para trazer os milhares de militares que foram abandonados nas três frentes de combate..mereciam! Era uma obrigação de todos aqueles que viveram á sombra do nosso esforço e dedicação.

           Armando Silva de Jesus

               

              Cruz de Guerra de 3.ª classe (Título póstumo)

Armando Silva de Jesus, Soldado Atirador n.º 17320271, natural da Terra Grande, freguesia de Serra de Água, concelho de Ribeira Brava, mobilizado pelo Batalhão Independente de Infantaria 19, para servir na Região Militar de Angola, integrado na Companhia de Caçadores 3411.
Tombou em combate no dia 22 de Janeiro 1973
Está sepultado no cemitério de Santana (Catete, Luanda), em Angola, no talhão militar, campa 23



sexta-feira, 6 de janeiro de 2017

MENU DA PASSAGEM DO ANO

Como qualquer cidadão do Mundo, também tínhamos a regalia de podermos apreciar a alta cozinha confeccionada por algumas estrelas Michelin.
E em algumas situações tinhamos o almoço fora com direito por vezes a foguetes de G3.
Para ficarem com água na boca deixo-vos aqui um dos menus premiados por alturas dos anos 60/70.


segunda-feira, 12 de dezembro de 2016

ADEUS, ATÉ AO MEU REGRESSO

Este vídeo foi concluído em 1971 em Angola, mas em todas as outras províncias afectadas pela guerra o cenário era idêntico. Geravam-se por vezes cenas cómicas na altura das gravações devido ao nervosismo que se instalava nos militares que enviavam os seus votos de um Natal feliz e um ano muito próspero, e que por vezes devido ao já referenciado nervosismo se engasgavam e surgiam as "propriedades" em vasta quantidade.



quinta-feira, 8 de dezembro de 2016

segunda-feira, 5 de dezembro de 2016

ESTANDARTES

Antigamente estandarte era a designação das bandeiras das unidades de cavalaria. No início do século XIX, os regimentos de cavalaria do Exército Português dispunham de quatro estandartes, distribuídos pelos quatro esquadrões que formavam as unidades. Cada um dos estandartes tinha uma cor determinada (azul, escarlate, amarelo ou branco) sobre o qual assentavam as armas reais. Actualmente, no Exército Português, os estandartes são as bandeiras de desfile das unidades de todas as armas. Nas unidades independentes existe um Estandarte Nacional e um estandarte regimental. Nas unidades incorporadas existe um estandarte de batalhão.


sexta-feira, 2 de dezembro de 2016

PRISIONEIROS de GUERRA

Indivíduo, privado da liberdade. Indivíduo preso, encarcerado. Indivíduo aprisionado em ocasião de guerra.
Durante o período de 61/74 foram contabilizados nas três frentes da guerra colonial um total de 3099 prisioneiros.
A todos eles através do Decreto Lei nº 170/2004, foi-lhes concedida uma pensão mensal de 100€ .........


domingo, 13 de novembro de 2016

ANGOLA UMA HISTÓRIA A RECORDAR.....







Descoberta e colonização de Angola pelos Portugueses

Em 1482, as caravelas do Reino de Portugal comandadas pelo navegador português Diogo Cão chegaram ao Reino do Congo. Seguiram-se outras expedições e estabeleceram-se relações entre os dois reinos. Os portugueses levaram armas de fogo, diversos desenvolvimentos tecnológicos, a escrita e uma nova religião, o Cristianismo. Em troca, o Reino do Congo ofereceu escravos, marfim e minerais e especiarias.

Em 1575, Paulo Dias de Novais funda Luanda com a designação de São Paulo da Assunção de Loanda. Dispondo de cerca de 100 famílias e 400 soldados, Novais estabelece uma "praça-forte" essencialmente destinada ao tráfico de escravos. Em 1605, a coroa portuguesa atribui o estatuto de cidade a Luanda. Várias infra-estruturas como fortes e portos foram construídas e mantidas pelos portugueses que, no entanto, não procederam à ocupação de um território maior, fixando-se apenas em certos pontos do interior imediato. Benguela, um forte desde 1587, passando a cidade em 1617, foi outro ponto estratégico fundado e administrado por Portugal. A presença portuguesa nestes pontos do litoral foi marcada por uma série de conflitos, tratados e disputas com as unidades políticas próximas, nomeadamente o Reino do Kongo, Reino do Ndongo e do Reino da Matamba.

Até à Independência do Brasil, a colónia angolana servia essencialmente para fornecer escravos, nomeadamente para a exploração de minérios no Brasil. Com a fuga da família real portuguesa para o Brasil, o comércio de escravos aumentou. A declaração de Independência do Brasil forçou Portugal a dar uma maior importância a Angola dada a perda dos recursos provenientes do seu ex-território americano. Naquela altura, alguns países europeus, nomeadamente a Inglaterra, a França, a Bélgica, a Alemanha, a Espanha e a Itália vinham a ter um papel cada vez mais destacado como potências imperialistas. África passa a ser uma região a explorar dados os seus recursos naturais, algumas importantes para o desenvolvimento industrial na Europa. Esta viragem deu origem, na segunda metade do século XIX, a uma "Corrida para a África" em que cada uma das potências europeias tentou assegurar-se o domínio de parcelas territoriais do continente. Ao fim de fortes disputas entre europeus, e depois de vencida a resistência oferecida por boa parte das unidades políticas africanas, África ficou, em inícios do século XX, dividida em colónias europeias, com a excepção da Etiópia.

A conquista portuguesa do território correspondente à actual Angola, a partir de Luanda e de Benguela, teve início em começos do século XIX, abrandou durante várias décadas, e retomou com força na segunda metade daquele século, já numa situação de concorrência com as outras potências europeias. O interesse económico imediato continuou a ser o tráfego de escravos, lentamente completado por outros tipos de comércio bem como por uma agricultura de plantações, geralmente de dimensão limitada, e trabalhados com recurso a mão-de-obra escrava.
O fim oficial da escravatura em Portugal data de 1878; em Angola, também a mesma data é apontada como, ao nível formal, o fim da escravidão. No entanto, e na prática, a exploração da mão-de-obra negra continuou através de um instrumento designado por “contrato” (em vigor até 1961), que consistia na contratação de ex-escravos pelos seus anteriores senhores. Em 1899, é criada uma nova lei de trabalho - Regulamento do trabalho dos indígenas - que concebia a noção de “trabalho forçado indígena” (habitantes autóctones das colónias).

A delimitação do território de Angola fez-se, no essencial, na Conferência de Berlim onde Portugal teve que fazer pesadas concessões. Por um lado foi rejeitado o Mapa cor-de-rosa que reclamava para Portugal uma extensa faixa que ligava Angola a Moçambique, incluindo os territórios da (hoje) Zâmbia, do Malawi e do Zimbabwe. Por outro lado, teve que ceder ao Congo Belga uma faixa substancial ao longo da foz do Rio Congo, de modo que o Congo Português ficou reduzido à enclave de Cabinda. Finalmente, teve que concordar em reconhecer o Rio Cunene como fronteira com a colónia alemã do Sudoeste Africano. Acertos de detalhe levaram décadas, de modo que as fronteiras definitivas de Angola só ficaram estabelecidas em meados dos anos 1920. É esta também a data em que se pôde falar de uma "ocupação efectiva" de todo o território.
 — com Mina Parente e Herminia Parente.

segunda-feira, 7 de novembro de 2016

LENDAS DE ÁFRICA




A lagoa de Mufututu tem uma história de arrepiar. Os habitantes da aldeia de Quimacuna, a quatro quilómetros do Songo, fazem lá uma cerimónia tradicional. O ritual serve para mostrar as maravilhas da região.
Dizem os antigos que os bagres fumados ou mesmo cozinhados mergulham nas profundezas da lagoa e escondem-se numa gruta impenetrável. Há relatos impressionantes de acontecimentos próprios do outro mundo. Uma coisa é certa: as pessoas estão proibidas de mergulhar e pescar na lagoa Mufututu
São mitos ou realidades que obrigaram a reportagem do caderno Fim-de-Semana a falar com o mais velho da aldeia. Mateus Domingos, 74 anos, viveu sempre na aldeia Quimacuna. Revelou à nossa reportagem factos inacreditáveis mas que ele garante serem verdadeiros. A lagoa Mufututu tem uma água cristalina e pura. Quando se junta às águas do rio Dunda, fica esbranquiçada e forma um separador bem visível: “todos sabemos que ninguém pode entrar na lagoa mas não há aqui feitiço nenhum”, diz Mateus Domingos.
A lagoa foi descoberta, por acaso, em 1922 ou 1923, pelo velho Nkelani. As águas límpidas mostravam grandes quantidades de bagres. Resolveu colocar na água uma muzua para pescar. Deixou a armadilha e foi-se embora para casa. No dia seguinte regressou ao local e ficou espantado com o que viu.
A muzua estava na margem, sem qualquer peixe. O velho Nkelani pensou que alguém tinha tirado a armadilha do local. Voltou a colocar a muzua na lagoa e regressou a casa. Quando o velho Nkelani regressou à lagoa de Mufututu, no dia seguinte, encontrou a muzua abarrotada de peixe. Mas ficou aterrorizado, porque eram bagres fumados e cozidos. Só havia uma pequena quantidade de peixe fresco. “Isto é verdade, ninguém pode duvidar porque aconteceu mesmo”, garante Mateus Domingos.
Sonhos prodigiosos..
Nkelani voltou para casa apreensivo. Pelo caminho encontrou três porcos, matou um e os outros dois fugiram. Mas o velho não levou o porco morto, continuou a caminhar, sem perceber que os dois porcos fugitivos o perseguiam até à entrada da aldeia de Quimacuna. Dias depois, Nkelani apanhou uma doença e morreu. Antes de morrer, Nkelani teve uma visão. Os bagres pediram-lhe para dizer ao povo de Quimacuna para que ninguém tomasse banho ou pescasse na lagoa do Mufututu.
“Sempre que vai haver acontecer alguma coisa boa, o soba da aldeia sonha com os bagres, é assim que eles nos transmitem uma mensagem para nós tomarmos precaução”, contou Mateus Domingos.
Peixes de férias……
Os peixes da lagoa do Mufututu entram de férias nos meses de Março e Abril e só voltam em Junho. “É por isso que estamos a ver poucos peixes e todos pequenos. Aqui há centenas de bagres colossos que, nesta altura, foram visitar a mãe, na lagoa Dimina, na comuna do Kinvuenga, onde passam as suas férias”, revelou Mateus Domingos.
Antigamente a mãe dos bagres vivia no Mufututu, mas por causa das obras nas estradas foi alterado o curso de alguns riachos e lagoas. Por isso a rainha dos bagres fantasmas foi parar à Dimina.
“Nós apercebemos que ela tinha mudado de lagoa, porque enviou um sonho ao velho Miguel Nsanga, que também já foi soba desta aldeia. A mãe dos bagres pediu para cuidarmos bem dos seus filhos”, contou Mateus Domingos.

Antigamente existia uma grande cidade dentro da lagoa. Quem duvidasse da sua existência, era obrigado a mergulhar para ver com os seus olhos, mas isso só era possível fazer depois da realização de um ritual tradicional. “Depois da mãe dos bagres mudar de residência, a cidade desapareceu e agora só se vê uma luz verde lá no fundo, esta é mesmo uma lagoa maravilhosa”, concluiu Mateus Domingos.

domingo, 9 de outubro de 2016

GUERRA COLONIAL OU GUERRA DO ULTRAMAR?

«A escolha da designação da guerra que os portugueses travaram entre 1961 e 1975 não é inocente e, como se tornou um motivo de polémica, ainda menos inocente é. No entanto, penso que não é tão importante como isso, nem precisa de suscitar grandes exaltações, à medida que o tempo vai assentando. Na verdade, a guerra no Ultramar foi uma guerra colonial, e não há modo de lhe dar a volta se tratarmos apenas do conteúdo. Começou como guerra colonial, desenvolveu-se como guerra colonial, gerou as tensões no Ultramar e na metrópole típicas de uma guerra colonial, atingiu soldados, colonos brancos e guineenses, moçambicanos e angolanos, como uma guerra colonial, levou à queda de uma ditadura por ser uma guerra colonial, logo perdida à cabeça e sem solução militar, acabou como uma guerra colonial, e continuou, nas suas sequelas de guerra civil, como acontece com os efeitos de uma guerra colonial.

Para quem se lhe opôs, desde os desertores, os refractários, os militantes contra a guerra nas escolas e fábricas, os partidos clandestinos que combatiam a ditadura, ninguém a designa a não ser como guerra colonial. Para os nacionalistas africanos que combateram com armas as Forças Armadas Portuguesas, também não lhes passa pela cabeça chamar à guerra outra coisa que não colonial. Penso, com o risco deste tipo de previsões, que ficará na História como guerra colonial, pelo simples facto de ter sido… uma guerra colonial.
Mas há outro lado: muitas centenas de milhares de portugueses combateram na guerra, muitas mães, namoradas e esposas conheceram a espera sobressaltada e o sofrimento com mortes, feridos e feridas, algumas das quais nunca sararam. Ouvi recentemente alguns depoimentos de soldados, e das mulheres que esperavam, e percebe-se muito bem porque a designação guerra colonial os incomoda, mesmo que, ao falarem da sua experiência militar, se perceba até que ponto foram forçados a fazerem-na, sofreram ao fazerem-na, e olham para ela com uma perspectiva muito mais crítica do que muitos opositores à guerra são capazes de ter. Por uma razão simples, eles fizeram-na e precisam, pela sua dignidade e identidade, que o seu esforço e risco não seja minimizado ou apoucado, pela parte que lhes cabe na condenação moral que tem a designação de guerra colonial. Eu nunca designaria a guerra a não ser como colonial, se à minha frente estivessem os seus responsáveis políticos e militares, nem os seus defensores actuais, mas não me incomoda vê-la designada como sendo do Ultramar por estes homens e mulheres. Até porque, de todos os que ouvi, nenhum achava que a guerra tinha sido justa, nenhum correu para a guerra porque acreditava nas virtudes do império, nenhum escondia as violências e os excessos e mesmo alguns sublinhavam como a guerra lhes destruiu quer a vida que desejavam ter, quer a que tiveram.

É também por isso que penso que o Estado e a comunidade lhes devem aquilo que nos países que conheceram grandes guerras, como os EUA e o Reino Unido, é o reconhecimento dos seus veteranos, e o esforço de os apoiar na sua vida tantas vezes difícil. E honrá-los como devem ser honrados porque a justiça e a injustiça das guerras que um país trava não ficam como julgamento moral dos que as combateram, mas sim naqueles que as decidiram.»

José Pacheco Pereira



sexta-feira, 23 de setembro de 2016

ESPÓLIO FOTOGRÁFICO (24)

Humberto Pinto de Morais
Capitão de Infantaria
39203258

  

ESPÓLIO FOTOGRÁFICO (23)

                  José Carlos Ventura Almeida Coelho
                           Alferes Atirador
                             04579069


      

OUTRORA

01 de Março de 2008 A construção do blogue da Onzima, teve como intenção dar a conhecer a nossa vivência por terras de Angola. Dei a conh...