sexta-feira, 15 de maio de 2009

"RAPIDAMENTE E EM FORÇA PARA ANGOLA"



Quando Salazar, depois de dominar a tentativa de golpe de estado do general Botelho Moniz, pronunciou as palavras “Rápidamente e em força para Angola”, estava, mais uma vez, a traçar o destino de Portugal e das suas colónias.
Com estas palavras e as acções que se lhes seguiram, Salazar fechava as portas, desde o início, a qualquer solução negociada para a questão colonial. Impressionados pela exibição das fotografias dos terríveis massacres no norte de Angola, verdadeiras mas de uma só face, os Portugueses responderam, de forma geral, com generosidade ao apelo do ditador, sem poderem formular livre juízo de valor, sobre o seu empenhamento.
A guerra acabou, aliás, por conduzir a maior dureza dos sistemas repressivos do regime, impedindo qualquer discussão ou abordagem do problema que se tornou o nó górdio da própria ditadura. Quando Salazar saiu da cena política, em 1968, deixou ao seu sucessor um regime desacreditado, com mais de 100 000 homens em três frentes de combates e mais de um terço dos gastos do Estado, afectos às despesas militares. 

quarta-feira, 6 de maio de 2009

MOVIMENTO NACIONAL FEMININO



O M.N.F. foi uma organização criada por iniciativa do Estado Novo, tendo como fundadora Cecília Supico Pinto, e como suporte António de Oliveira Salazar. Os estatutos foram aprovados ministerialmente em 10 de Agosto de 1961.
 Ficou célebre pela instituição do modelo das madrinhas de guerra e dos aerogramas, alcunhados de "bate-estradas", assim como todo um manancial de acções, que incidiam no apoio aos militares que combatiam nas três frentes, casos de visitas de artistas aos teatros de operações, ofertas de natal(bolas,isqueiros,tabaco e discos),etc.
Como exemplo extraordinário de coragem, e de dar sem receber, tivemos um documento histórico de uma senhora do MNF, que se chamava Maria Estefânia Anacoreta, que deixou marcado no tempo, o exemplo de abnegação e estoicismo, na reportagem " A Voz da Saudade", uma viagem épica que durou seis meses, por avionete e pelas estradas e picadas do interior de Angola.

segunda-feira, 27 de abril de 2009

ANIVERSÁRIO DO OLIVEIRA




Tive a grata surpresa de ser convidado pelo Oliveira, entre nós onzimistas ,conhecido pelo "cacimbado", para estar presente na celebração dos seus sessenta anos!
Estiveram presentes ainda alguns camaradas da Onzima, casos do Morgado e do Romão, e como seria evidente, vieram a "lume" as nossas histórias da guerra. Em homenagem á n/companhia, o Oliveira fez gosto em colocar no bolo de aniversário, o emblema da Onzima.
Como normal, que é nestas situações,houve muita alegria e boa disposição, acompanhada de um belo porco assado no espeto, e do indespensável tinto da safra do aniversariante.

sábado, 25 de abril de 2009

25 DE ABRIL (35 ANOS)


Mais um ano que se vai passar, sobre a data do 25 de Abril.
O movimento dos Capitães, que desencadearam esta revolução dos cravos, terá sempre o mérito de ter libertado o povo, do jugo salazarista.
No entanto muita coisa se perdeu, na voragem do tempo, e uma parte dos cravos já murcharam. Temos de conservar os poucos que ainda resistem!
Hoje, Portugal é melhor, mais justo, mais solidário, mais livre, mas ainda assim, e apesar de tudo, vale a pena continuar a perseguir o sonho de Abril......

quinta-feira, 23 de abril de 2009

BAGANSUMO/ MALUVU



O bagansumo é feito de maneira artesanal. Extrai-se o sumo do abacaxi e mistura-se normalmente com água.
O maluvu é uma bebida alcoólica natural ,que goza de certo prestígio, principalmente no Norte de Angola, com particular destaque nas sanzalas,(povoação ou aldeia), do povo Kimbundu e Bakongo.
Extrai-se da palmeira ou do bordão. No caso particular do maluvu tirado da palmeira, o homem sobe com a ajuda de uma banda cingida à cintura e com uma faca, corta o pé das eflorescências mais altas. A palmeira, depois desta operação, liberta uma seiva que escorre, através de um objeto preparado para o efeito, para uma cabaça que o homem transporta e deixa pendurada a uma estaca até se encher de líquido. Depois de fermentada, a seiva adquire sabor adocicado mas com um teor alcoólico considerável. Esta bebida é frequentemente usada nas cerimónias de alembamento, "Kimbundu Ilêmbuu",termo que significa o dote ou o tributo de honra prestado pelo noivo à família da noiva. É também oferecida em gesto de agradecimento aos participantes
voluntários num trabalho comunitário, como por exemplo, no corte de capim para a cobertura de uma casa, e ao chefe da sanzala ou da tribo, o Soba, dando assim cumprimento a um ritual que serve para oferenda ás divindades ancestrais, conforme costumes locais.

quinta-feira, 16 de abril de 2009

FUBÁ










Foram os portugueses que ampliaram o uso dos derivados do cereal. Com o fubá, por exemplo, passaram a fazer bolos, pudins e broas. Já os negros usaram fubá amarelo e branco no preparo do angu. Para atestar a importância do cereal entre os africanos, basta dizer que vem do quimbundo, língua dos bantos de Angola, a palavra fubá, que designava farinha. Também têm origem africana os nomes canjica e munguzá, entre outros.A farinha de mandioca(fubá) é utilizada na confecção do célebre funge.O funge é o acompanhamento ideal para vários pratos angolanos, principalmente aqueles que são confeccionados com óleo de palma.

segunda-feira, 6 de abril de 2009

TOQUE DO SILÊNCIO


Toque do silêncio...um toque saudoso e comovente de um trompete longínquo, que se traduz numa homenagem sentida a todos aqueles que deram a vida pela Pátria.
Toque, que segundo alguns historiadores, foi composto por um soldado mexicano, obedecendo a ordens do General António Lopes de Santa Anna, famoso por ter vencido a Batalha de El Álamo, em 1836.
Pela bravura demonstrada pelos combatentes, o General ordenou ao seu corneteiro, que tocasse a melodia, para prestar homenagem aos soldados mortos em combate, ordenando ainda, que se guardasse silêncio enquanto a música era tocada.


                                 

quinta-feira, 19 de março de 2009

"ADEUS, ATÉ AO MEU REGRESSO "

Frase emblemática que passou ,durante os anos da guerra colonial, pela RTP e algumas rádios nacionais, caso da antiga Emissora Nacional.
Traduzia ela própria uma panóplia de sentimentos, onde se incluía a emoção, saudade e a incerteza do regresso.
Os momentos eram vividos com alguma intensidade emocional, e por vezes surgiam sem grande surpresa, algumas "gaffes" como:"Um ano novo cheio de propriedades".
Para todos aqueles que calcorrearam terras de África um "Adeus, até ao meu regresso!".

                
                         

segunda-feira, 16 de março de 2009

A GUERRA



Série documental sobre a guerra colonial ,a que a RTP1,tem dado o devido contributo na sua divulgação.
Da autoria do jornalista Joaquim Furtado, que teve a missão de investigar todo o manancial deste tema,ficam aqui registados os numeros impressionantes desta série:
7 anos foi o tempo que o jornalista precisou para reunir todo o material necessário, e posteriormente o editar.
600 Horas é a soma de tempo despendido nas entrevistas, com a duração de uma a três horas cada.
5.000 filmes pesquisados e visionados para identificação de pessoas, algumas afim de serem entrevistadas.
220 foi o total de entrevistas gravadas, a estas juntaram-se mais de 200 conversas. Para todos aqueles, que queiram vizualisar oa episódios, referentes á 1ª série, aqui ficam os links respectivos:


 1º Episódio-"ANGOLA, DIAS DE MORTE"

         2º Episódio-"ANDAR RÁPIDO E COM FORÇA"

             3º Episódio-"MASSACRES CONTRA CHACINAS"

        4º Episódio-"OPERAÇÃO NAMBUANGONGO"

            5º Episódio-"AS COLÓNIAS E AS PROVINCÍAS"

            6º Episódio-"AS GUERRAS ANTES DA GUERRA"

           7º Episódio-"O ANO QUE MARCA A HISTÓRIA"

       8º Episódio-"A GUINÉ, DEPOIS DE ANGOLA"

       9º Episódio-"MOÇAMBIQUE, NOVA FRENTE"


segunda-feira, 9 de março de 2009

Os Anos da Guerra Colonial/A Minha Guerra

Não tendo como objectivo fazer publicidade ao Correio da Manhã, não posso deixar de fazer justiça ao mesmo, afirmando que tem sido um arauto das notícias, reportagens e lançamentos de obras relacionadas com o tema da guerra colonial.
Apoiando o ex-Alferes Rei, nas dicas inseridas no seu blog, quero reforçar e apoiar esta bela iniciativa do Correio da Manhã,"Os Anos da Guerra Colonial", para tal aqui fica o link, para poderem visualizar todo o conteúdo deste lançamento.
Aproveito ainda para sugerir uma visita ao sítio "A Minha Guerra"que retrata e relata a vivência real de alguns militares que passaram pelo teatro da guerra colonial nas três frentes.
Este contributo do referido diário, tem como particularidade não deixar esmorecer as recordações,boas e más, de uma juventude que passou uma boa parte da mesma em cenários de guerra, e que deixaram de forma indelével, marcas na grande maioria dos intervenientes.

sábado, 21 de fevereiro de 2009

ÁRVORES / MADEIRA

Por terras de Angola ,os nossos olhos ficaram em êxtase com tanta vegetação luxuriante.Ficam para recordar três espécimes das mais importantes:


A Mulemba é a árvore real Angolana, já que à sua sombra se reuniam os chefes e Reis. Era nestas seculares árvores que os miúdos da escola iam colher o visco (a seiva é leitosa e muito adesiva) para colocar estratégicamente na ponta de uma vara, que dissimulavam muito bem no meio da folhagem das árvores, para apanharem pássaros que depois colocavam em gaiolas. Era também debaixo de algumas destas árvores, sempre frondosas e que existiam junto das residências dos Sobas.Estes reuniam os séquitos dos seus sobados para resolverem todas as “macas” (problemas) que existiam, fossem elas de que natureza fosse.
Embondeiro: Grande árvore bombacacia das regiões tropicais, também chamada adansonia e baoba. Os baobás, embondeiros, imbondeiros ou calabaceiras (Adansonia) são um gênero de árvore com oito espécies, nativas da ilha de Madagáscar (o maior centro de diversidade, com seis espécies), do continente africano e da Austrália (com uma espécie em cada).As espécies alcançam alturas entre de 5 a 25 m (excepcionalmente 30m), e até 7 m no diâmetro do tronco (excepcionalmente 11 m). Destacam-se pela capacidade de armazenamento de água dentro do tronco, que pode alcançar até 120.000 litros.


A Mafumeira ou árvore da sumaúma (Ceiba pentandra) é uma planta tropical. A planta é conhecida também por algodoeiro.O chá de casca de Mafumeira, é usado como diurético, afrodisíaco, para as dores de cabeça e para tratar as diabetes do tipo II. A casca também é usada como aditivo para algumas versões da bebida alucinogénia Ayahuasca.

quinta-feira, 5 de fevereiro de 2009

VIAS DE COMUNICAÇÂO



Em 1961, ano do início das acções de guerrilha em Angola, existiam, neste país, cercade 36.000 quilómetros de estradas. Em 1974, a rede viária tinha ultrapassado os
80.000 quilómetros, 12 por cento dos quais asfaltados. Durante os três primeiros anos a acção de construção e manutenção de rodovias esteve inteiramente entregue ao Batalhão de Engenharia que, em 1964, deu origem ao Agrupamento de Engenharia de Angola. Na fase posterior do conflito, a Junta Autónoma de Angola trabalhou estreitamente com a entidade militar, tendo-se conseguido atingir a média de construção de  1.100 quilómetros de estradas por ano.




sexta-feira, 30 de janeiro de 2009

Uma Máquina entre "Máquinas"




A história da máquina que processou o salário dos militares portugueses, a IBM 1400, é ainda hoje recordada. 
O Exército português usou-a durante a guerra colonial e até instalou uma em Angola. Era um excelente computador, que serviu, por exemplo, para processar os salários dos militares. Chamava-se IBM 1400, funcionava com cartões perfurados e ainda tinha muito de mecânica. 
Chamam-lhe IBM 1400 por ser esse o nome da sua série. Mas o computador usado pelo Exército era o IBM 1401, "a primeira máquina do mundo com capacidade intrínseca de processamento.
A sua capacidade de armazenamento é hoje motivo de gargalhada, pois apenas podia guardar quatro kilobytes (KB) de informação (uma disquete, das que já quase não se usam, permite guardar 1,5 megabytes...e um megabyte são 1000 kilobytes).
Só com quatro KB de memória, a IBM 1401 processava os vencimentos de mais de 100.000 militares que estavam em Angola, Moçambique e Guiné. A determinada altura do mês, a secção de preparação de vencimentos recolhia as informações dos militares, onde constavam as alterações. Depois, era preenchido para cada militar um impresso com a imagem do cartão perfurado que depois seria lido pelo computador, um trabalho realizado por cerca de 30 mulheres. Finalmente, essa informação era verificada e depois processada pela IBM 1401, à qual estava ligada uma impressora e uma leitora de cartões perfurados.
Esses cartões são uma espécie de antepassados das disquetes e CD de hoje, pois era lá que estava guardada a informação. Os furos, em locais específicos, tinham um significado interpretado pela máquina para fazer os cálculos.
Com o aspecto de um armário, a IBM 1401 lia os cartões (dois) por cada militar, um com a informação geral e outro com as alterações daquele mês, fazia os cálculos, emitia os mapas de vencimento por unidades e imprimia os envelopes com o nome, o posto e a quantia a receber.
Calculava ainda as chamadas "pensões na metrópole", que os militares pretendiam fazer chegar aos familiares.
Era, inclusive, uma máquina cara. O Exército alugou-a por cerca de 300 contos por mês (1500 euros). 

sexta-feira, 23 de janeiro de 2009

ESFARRAPADOS


Pela vizualização da foto, podemos aferir a dureza da refrega com o "inimigo".
Após a chegada ao Quivuenga, foi solicitada a presença do fotógrafo do "dia", afim de retratar os heróis quase em "pêlo". Os vestígios de sangue não são visíveis, pois tinha chovido torrencialmente um pouco antes, e as feridas foram "levadas"!!!

OUTRORA

01 de Março de 2008 A construção do blogue da Onzima, teve como intenção dar a conhecer a nossa vivência por terras de Angola. Dei a conh...