Uma parcela do livro "TAMBÉM EU ESTIVE LÁ..", escrito pelo nosso ex-alferes Lino Rei.
Segundo relato do ex-furriel, Laranjeira, mecãnico-auto, que não se comparando propriamente a um guerrilheiro no terreno, tal como os atiradores, trabalhava com outras armas, não menos importantes que as nossas G 3, como as chaves de bocas e de luneta, para apertar os parafusos dos já muitos desapertados que existiam nas velhas carcaças que nos haviam deixado os "velhinhos" da Companhia que fôramos render, também ele se pronuncia a prepósito:
"Existem imagens que, difìcilmente, se conseguem esbater na voragem do tempo e que ficarão para sempre retidas no nosso imaginário. Uma delas, foi a nossa chegada ao Songo. O contraste da rigidez dos nossos rostos, de olhos ainda virgens para o teatro de guerra que desconhecíamos, e o explodir da incontida alegria dos "velhinhos" nos seus camuflados já completamente desfigurados por inúmeros rasgões em formas geométricas losangulares, rectangulares, circulares e outras, foi por demasiado evidente. O aspecto fantasmagórico daquela tropa, só podia ser comparado a uma qualquer visão de tipo dantesco com descida aos infernos, que terminou num clamor de cantilena desconjuntada de múltiplas vozes:
Ó maçarico
Tua alma chora
Olha a velhice
Que se vai embora!
De seguida, foi vê-los, estrada fora, a caminho da peluda. Para nós, restavam os camuflados ainda luzidios e a incerteza do futuro".
quinta-feira, 9 de abril de 2015
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