Os poemas que dissertam sobre a guerra, integram uma parte daqueles que transformaram os gritos de revolta, as lágrimas não contidas, o desespero de não alcançar o zénite, em suma o lamento de muitas vidas transformadas em palavras sentidas. Alguns porque conviveram com ela e outros porque "beberam" de todo um manancial existente.
Desses quero destacar Jorge de Sena e Sophia de Mello Breyner.Dos que estiveram lá e que servem de paradigma, aqui deixo um pequeno fragmento poético extraído do livro "Memórias de um Combatente" da autoria de Joaquim da Silva Sousa.
Que sofrimento meu Deus ser pai de dois rebentos
Que eu amo tanto e vou ter que deixar,
Ao mando de um governo que me vai fazer lutar,
Cegos pelo poder, e de conservadores sedentos,
De um Portugal que está para além do mar.
Mas que mal eu fiz? Quem me fez mal?
E contra quem eu vou lutar?
Mas quem é que me fez mal para eu ter de matar?
Que me estás tu a fazer oh meu Portugal,
Que me ordena a morte em vez de amar.
Revisitar os espaços da guerra é uma forma de drenagem de um drama interior, e como tal tem toda uma dimensão terapêutica(Margarida Calafate)...
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