terça-feira, 24 de dezembro de 2013
terça-feira, 22 de outubro de 2013
40 ANOS
40 anos, 40 vidas, 40 horas..... todas elas com o mesmo
denominador comum...o tempo!
Aeroporto do Figo Maduro, em 22 de Outubro de 1973, um Boeing
707 aterrava, com centenas de jovens ávidos de uma nova vida e cheios de
esperança de um futuro melhor, depois de 27 meses por terras de Angola.
Hoje, são recordações que se vão esfumando no tempo......
terça-feira, 1 de outubro de 2013
MATAR PARA NÃO MORRER
No mato,
Onde combato,
Mato.
Não sei porque combato
No mato
Onde ando,
Sem eu querer,
Quere-o o poder,
A combater.
Sem saber o que fazer,
No mato,
Onde combato,
Só, mato,
Para não morrer!
No morro,
Onde combato,
Morro…
Sem
Querer morrer,
No morro,
Onde combato
Mato,
Sem o saber.
Se eu morrer,
A combater,
No morro,
Morro sem querer,
Exige-o o poder
Que não posso combater.
Se mato
É para viver!
Fernando Serrano
Ventos de Guerra
terça-feira, 3 de setembro de 2013
O ZÉ da FISGA
O cartonista Fernando da Silva Gonçalves(Nando), que cumpriu o serviço militar em Angola de 62/64 (Cabinda), teve em alguns dos seus momentos de ócio a criatividade de "criar" um boneco que ficou célebre durante o período da guerra colonial, o Zé da Fisga.
Uma caricatura do soldado português, que se safava, sempre que estava em apuros......
Uma caricatura do soldado português, que se safava, sempre que estava em apuros......
quarta-feira, 28 de agosto de 2013
O INICIO-15 DE MARÇO DE 1961
E assim começou uma saga de treze anos, que originou uma flagelação de ideais e na morte de milhares de jovens.......
terça-feira, 30 de julho de 2013
ENCONTROS/DESENCONTROS-MOGOFORES 28-07-2013
Mais um encontro anual de gentes de Angola, mais própriamente do Huíge(Songo/Carmona/Quitexe/Negage), etc.
A finalidade é e será sempre a mesma, o entrelaçar de emoções, e um reviver intenso das saudades!
A finalidade é e será sempre a mesma, o entrelaçar de emoções, e um reviver intenso das saudades!
segunda-feira, 15 de julho de 2013
ALMOÇO EM ERMESINDE EM 13-07-2013
Companheiros....este ano comemoramos no mês de Outubro, 40 anos após o nosso regresso de terras de Angola, onde permanecemos vinte e sete meses. É um privilégio poder estar junto a todos vós, e poder olhar-vos nos olhos e dizer, obrigado camaradas.....
Pela picada da vida, alguns dos nossos companheiros já foram obrigados a parar, deixando-nos a missão de continuarmos o caminho, e assim o faremos. O ano de 2012 foi nefasto para a Onzima, Rato, Marquês e Coelho, todos eles de transmissões, e o Ilídio Figueira, cozinheiro...ficámos mais pobres!
Este é o 12º almoço, convívio, chegámos há dúzia e em todos eles entrelaça-mos amizades e emoções, e sentimos o cheiro da terra africana, e embalámos contos do antigamente, acabando por uma lágrima furtiva aflorar nas nossas faces.
Quero agradecer a todos aqueles que têm comparecido, e manifestar a minha sincera gratidão, extensiva aos familiares que por vezes vos acompanham.
Um bem haja a todos. desejando um feliz retorno aos vossos locais de partida.
Para finalizar cito a frase de um célebre escritor" onde quer que nos encontremos, são os nossos amigos que constituem o nosso mundo"....
Pela picada da vida, alguns dos nossos companheiros já foram obrigados a parar, deixando-nos a missão de continuarmos o caminho, e assim o faremos. O ano de 2012 foi nefasto para a Onzima, Rato, Marquês e Coelho, todos eles de transmissões, e o Ilídio Figueira, cozinheiro...ficámos mais pobres!
Este é o 12º almoço, convívio, chegámos há dúzia e em todos eles entrelaça-mos amizades e emoções, e sentimos o cheiro da terra africana, e embalámos contos do antigamente, acabando por uma lágrima furtiva aflorar nas nossas faces.
Quero agradecer a todos aqueles que têm comparecido, e manifestar a minha sincera gratidão, extensiva aos familiares que por vezes vos acompanham.
Um bem haja a todos. desejando um feliz retorno aos vossos locais de partida.
Para finalizar cito a frase de um célebre escritor" onde quer que nos encontremos, são os nossos amigos que constituem o nosso mundo"....
segunda-feira, 10 de junho de 2013
quinta-feira, 6 de junho de 2013
PARTIDAS....
Voltando novamente a "bater" na mesma tecla, homenagem a mais um companheiro que "caiu" em terras de Angola em defesa da Pátria! O prisma de observação sobre a guerra é multifacetado e pode sempre ter opiniões diferentes, é uma questão de sensibilidade e de interiorização por uma causa! Eu, como milhares de jovens na altura do conflito formamos uma ideia de que iríamos defender algo que nos pertencia, quem na altura tinha moral para opinar o contrário, possivelmente alguns iluminados.... Depois do conflito terminar começaram a germinar os sabedores do reino, fácil ...depois de acontecer os sapientes doutrinavam ideias e sabedorias, valorizando os que "fugiram" para a Suécia. França etc. etc., as decisões são valorizadas enfrentando os problemas e não fugindo deles! Um abraço de fraternidade a todos aqueles que como eu por lá "andaram".
sábado, 1 de junho de 2013
FOMOS MENINOS
O Menino da Sua Mãe
No plaino abandonado
Que a morna brisa aquece,
De balas trespassado-
Duas, de lado a lado-,
Jaz morto, e arrefece.
Que a morna brisa aquece,
De balas trespassado-
Duas, de lado a lado-,
Jaz morto, e arrefece.
Raia-lhe a farda o sangue.
De braços estendidos,
Alvo, louro, exangue,
Fita com olhar langue
E cego os céus perdidos.
De braços estendidos,
Alvo, louro, exangue,
Fita com olhar langue
E cego os céus perdidos.
Tão jovem! Que jovem era!
(agora que idade tem?)
Filho unico, a mãe lhe dera
Um nome e o mantivera:
«O menino de sua mãe.»
(agora que idade tem?)
Filho unico, a mãe lhe dera
Um nome e o mantivera:
«O menino de sua mãe.»
Caiu-lhe da algibeira
A cigarreira breve.
Dera-lhe a mãe. Está inteira
E boa a cigarreira.
Ele é que já não serve.
A cigarreira breve.
Dera-lhe a mãe. Está inteira
E boa a cigarreira.
Ele é que já não serve.
De outra algibeira, alada
Ponta a roçar o solo,
A brancura embainhada
De um lenço… deu-lho a criada
Velha que o trouxe ao colo.
Ponta a roçar o solo,
A brancura embainhada
De um lenço… deu-lho a criada
Velha que o trouxe ao colo.
Lá longe, em casa, há a prece:
“Que volte cedo, e bem!”
(Malhas que o Império tece!)
Jaz morto e apodrece
O menino da sua mãe
“Que volte cedo, e bem!”
(Malhas que o Império tece!)
Jaz morto e apodrece
O menino da sua mãe
Fernando Pessoa
sexta-feira, 31 de maio de 2013
ILÍDIO DOS SANTOS FIGUEIRA
Camarada, companheiro e amigo, partis-te para a última viagem, deixando em todos nós um vazio.
Um até sempre, descansa em paz....
Um até sempre, descansa em paz....
Soldado Ajudante Cozinha
14239570
17-05-1949 a 07-05-2012
domingo, 5 de maio de 2013
MÃE
Foi para todos nós, a pessoa que nos deu o ser, permitiu-se dizer "és meu" e mais tarde deixou-nos "voar".
Sofreram com intensidade a nossa partida para o incerto, mas dentro delas sempre tiveram a secreta esperança de um dia regressarmos. Algumas infelizmente tiveram a dor de não os ver chegar e "alimentaram" toda uma vida o sofrimento da perda.
Hoje sou um dos que já a viu "partir",no entanto a saudade persiste e dói,por isso aqui quero prestar
a minha sincera homenagem.
Sofreram com intensidade a nossa partida para o incerto, mas dentro delas sempre tiveram a secreta esperança de um dia regressarmos. Algumas infelizmente tiveram a dor de não os ver chegar e "alimentaram" toda uma vida o sofrimento da perda.
Hoje sou um dos que já a viu "partir",no entanto a saudade persiste e dói,por isso aqui quero prestar
a minha sincera homenagem.
A TODAS AS MÃES
à Mãe no mais fundo de ti,
eu sei que traí, mãe
Tudo porque já não sou
o retrato adormecido
no fundo dos teus olhos.
Tudo porque tu ignoras
que há leitos onde o frio não se demora
e noites rumorosas de águas matinais.
Por isso, às vezes, as palavras que te digo
são duras, mãe,
e o nosso amor é infeliz.
Tudo porque perdi as rosas brancas
que apertava junto ao coração
no retrato da moldura.
Se soubesses como ainda amo as rosas,
talvez não enchesses as horas de pesadelos.
Mas tu esqueceste muita coisa;
esqueceste que as minhas pernas cresceram,
que todo o meu corpo cresceu,
e até o meu coração
ficou enorme, mãe!
Olha — queres ouvir-me? —
às vezes ainda sou o menino
que adormeceu nos teus olhos;
ainda aperto contra o coração
rosas tão brancas
como as que tens na moldura;
ainda oiço a tua voz:
Era uma vez uma princesa
no meio de um laranjal...
Mas — tu sabes — a noite é enorme,
e todo o meu corpo cresceu.
Eu saí da moldura,
dei às aves os meus olhos a beber,
Não me esqueci de nada, mãe.
Guardo a tua voz dentro de mim.
E deixo-te as rosas.
Boa noite. Eu vou com as aves.
Eugénio de Andrade
segunda-feira, 29 de abril de 2013
PEDRO SOLDADO
Já lá vai Pedro soldado
Num barco da nossa armada
E leva o nome bordado
Num saco cheio de nada
Triste vai Pedro soldado
Branca rola não faz ninho
Nas agulhas do pinheiro
Não é Pedro marinheiro
Nem o mar é seu caminho
Nem anda a branca gaivota
Pescando peixes em terra
Nem é de Pedro essa roda
Dos barcos que vão à guerra
Onde não anda ceifeiro
Já o campo se faz verde
E em cada hora se perde
Cada hora que demora
Pedro no mar navegando
Não é Pedro pescador
Nem no mar vindimador
Nem soldado vindimando
Verde vinha vindimada
Triste vai Pedro soldado
Manuel Alegre
sexta-feira, 15 de março de 2013
ALMOÇO ONZIMA(12º)
ONZIMISTAS VOLTAM AO ATAQUE
12º ALMOÇO
13-07-2013
Depois de um interregno de dois anos, voltamos a congregar vontades e vamos juntar o máximo possível de camaradas.
Espero a vossa adesão ao evento, como habitualmente é uma forma de mitigarmos a saudade!
Contactos: Laranjeira---------918616491
Camilo Moreira- --919856044
Óscar Ribeiro----- 916752930
quinta-feira, 14 de março de 2013
NA HORA DA DESPEDIDA
Meu filho, posto
soldado
levado para lá do mar
de negro ando vestida
chorando-te até chegares
Dois braços - sei - tu levavas
com quantos voltas não sei…
com duas pernas andavas
e com os olhos enxergavas
aqueles montes além
Meu filho neste baraço
de ódio que nunca vem…
uma farda te vestiram e uma arma te entregaram
a mando não sei de quem…
Puz cinza nos meus cabelos
e com um lenço os tapei
vou chorar-te dia e noite
nessa guerra de
ninguém
Dois braços - sei - tu levavas
com quantos voltas não sei…
Maria Teresa Horta
soldado
levado para lá do mar
de negro ando vestida
chorando-te até chegares
Dois braços - sei - tu levavas
com quantos voltas não sei…
com duas pernas andavas
e com os olhos enxergavas
aqueles montes além
Meu filho neste baraço
de ódio que nunca vem…
uma farda te vestiram e uma arma te entregaram
a mando não sei de quem…
Puz cinza nos meus cabelos
e com um lenço os tapei
vou chorar-te dia e noite
nessa guerra de
ninguém
Dois braços - sei - tu levavas
com quantos voltas não sei…
Maria Teresa Horta
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