terça-feira, 27 de maio de 2008

PIDE



Durante as guerras coloniais, a polícia política, até aí virtualmente ausente dos territórios africanos, assumiu nos três teatros de operações a função de serviço de informações e, constituindo, enquadrando e dirigindo milícias próprias, compostas por africanos, por vezes desertores das guerrilhas, colaborou com as forças militares no terreno. Neste âmbito, poderá a sua acção ter também ultrapassado as fronteiras; com efeito, são-lhe atribuídas responsabilidades, quer no atentado que vitimou o dirigente da FRELIMO Eduardo Mondlane, quer na manipulação dos descontentes do PAIGC que, num "golpe de Estado" dentro do partido, assassinaram o dirigente independentista Amílcar Cabral.Tivemos na nossa área de intervenção o acompanhamento de elementos da PIDE,objectivamente cooperavam com o exército fornecendo informações importantes para o bom desempenho das missões que nos estavam atribuídas.Vivi o desmembrar da polícia politica,já em Portugal após o 25 de Abril,participei na "tomada" ao Jornal República, no Bairro Alto, e da qual consegui recolher alguns exemplares para memória futura.

sábado, 24 de maio de 2008

Pé-de-Meia









Naquela altura não abundava o dinheiro,e o pouco que ficava nas nossas
mãos era "empatado" no bar do Zé Marques ou então em ocasiões muito especiais lá se comprava um objecto para mais tarde recordar. No meu caso pessoal comprei no Cantarinhas um relógio ultra-moderno, um Seiko cronómetro de balanço que me custou a linda quantia de 10.000$00!!!! Ainda hoje, passados todos estes anos está comigo e trabalha que nem um "brinco". Apesar destes "devaneios" ainda depositava alguns "trocos" nos CTT do Songo, como se pode comprovar pelas imagens em anexo
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quarta-feira, 21 de maio de 2008

"O Tavares Rico"

Sem qualquer espécie de dúvidas, era para nós um local aprazível para podermos confraternizar e ao mesmo tempo desfrutarmos de alguns petiscos de se lhes "tirar o chapéu". Fundamentalmente a lista/cardápio, estava recheada de iguarias, tais como:Ovos estrelados c/o belo do casqueiro,esparguete(muito) com carne e arroz(espapaçado)com frango, todas estas iguarias acompanhadas pelo belo do palhete(mistura de vinho c/água)mas de alta qualidade!! Neste refeitório juntávamo-nos aos "magotes"na esperança de arranjarmos um lugar para podermos desfrutar de tais manjares.








domingo, 18 de maio de 2008

O Café/Botequim do Zé Marques












Os momentos de lazer resumiam-se a algumas idas ao cinema e esporádicamente a algumas festas temáticas, realizadas no Clube Desportivo do Songo,no entanto e por vezes a bússola orientáva-nos para o café do Zé Marques.Formavam-se então alguns grupos de"Combate" que participavam em duelos entre as "Nocais e as Cucas".Alguns vencedores quando saíam já não tinham forças para erguer a Taça. Por lá divagámos, carpindo as nossas saudades, acompanhados pela bela da cerveja ou da Casal Garcia(fresquinha), e pelos petiscos de "arregalar o olho"confeccionados pela Dª Luisa.

sexta-feira, 16 de maio de 2008

"O Pré versus Soldo"


É evidente que nós ansiavamos pela chegada do final do mês para receber a "choruda" quantia,inerente ao valor do nosso Pré/Soldo.
Lembro-me que na recruta efectuada na E.P.C. em Santarém, partimos alguns vidros da caserna numa mera brincadeira de arremeso de "botas da tropa" tipo granadas ofensivas.Quando chegou o final do mês e todos em formatura na parada, prontos para receber o tão ansiado "money", ficámos de mãos a abanar, e ainda com o ónus de devedores para com o Estado de(1$70),que nos iria ser descontado no mês seguinte, isto porque nos tinham subtraído as despesas da colocação dos vidros.
Em Angola já nos tornámos em "mercenários", e podiamos gastar o vencimento que auferiamos(uma parte) nas várias discotecas e pubs existentes no Songo.
Deixo aqui ficar como recordação o meu recibo de vencimento, idêntico ao de muitos outros emitidos na altura.

terça-feira, 13 de maio de 2008

O INTERREGNO










Uma pausa para descomprimir da "guerra chata", era o que nos acontecia mais ou menos a "meio" da comissão, uns ficavam por Carmona outros viajavam até ao "puto".Eu fui um dos felizardos em "arrancar a sete pés" do Songo, e viajar até Lisboa, e sonhar que a guerra tinha acabado.Naquela altura viajar de avião era ainda um luxo, e por vezes uma verdadeira aventura. Ficam aqui expostos alguns dos documentos que me deram o livre trânsito para poder carregar baterias durante um mês.

sexta-feira, 9 de maio de 2008

"O CORREIO"






O elo mais forte da corrente que nos unia aos nossos familiares eram as notícias que nos chegavam através do correio. A ansiedade predominava até á chegada do Aurélio Sousa,logo que começava a distribuição dos aerogramas, cartas e revistas a imagem visual era gratificante, naqueles rostos o espelho de várias emoções,a alegria,a saudade e por vezes lágrimas que escorriam envergonhadamente pelas faces. Do "Puto" tinham sido transportadas toda uma panóplia de sentimentos.O correio era recepcionado pelo Aurélio em Carmona no BC12 e transportado até ao Songo, via terrestre no velhinho Jeep Willys conduzido muitas vezes pelo Gouveia, percorrendo em "altas" velocidades a distância que separava os dois locais, na ânsia de entregar as noticias o mais rápido possivel.

terça-feira, 6 de maio de 2008

MEMORIAL

Em memória daqueles que já partiram, o sentimento profundo da nossa saudade. Para os perpétuar no tempo, aqui ficam registados os seus nomes:


Capitão Infantaria ------------------ Humberto Pinto Morais--------------- Portugal
1º Sarg. Infantaria ------------------ José Lopes Azevedo ----------------- -Portugal
Furriel Miliciano ------------------- Arménio Esteves Basso --------------- Angola
Furriel Miliciano ------------------- Fernando Ferreira Cunha ------------- Portugal
Sold.Condutor Auto ------------------- João Ribeiro Moreira --------------- França
Sold. Atirador ------------------- João Andrade Junior --------------- ----Angola
Sold. Atirador ----- -- - - - --------Armando Silva de Jesus------------------Angola

OUTRORA

01 de Março de 2008 A construção do blogue da Onzima, teve como intenção dar a conhecer a nossa vivência por terras de Angola. Dei a conh...